Condutor e proprietário da carrinha que vitimou 12 pessoas em França julgados em 2018


O condutor e o proprietário da carrinha (ambos naturais de Palhais, Trancoso) envolvida no acidente de viação em que morreram 12 portugueses em 24 de Março do ano passado devem ser julgados em 2018. A informação foi confirmada hoje à Lusa pelo advogado do jovem motorista português, Antoine Jauvat, que explicou que terminou a fase de instrução e que o caso transita para julgamento no Tribunal Correcional de Moulins.
«A fase de instrução terminou. O julgamento vai ser em 2018, mas a data da audiência ainda não foi fixada», afirmou Antoine Jauvat, acrescentando que a passagem do processo para julgamento «não é uma surpresa» e que «não significa que o juiz de instrução o considera como culpado, mas que as acusações são suficientes para o submeter a julgamento».
O condutor, na ocasião com 19 anos e actualmente com 21, e o proprietário do veículo, tinham sido acusados de homicídio involuntário e ferimentos involuntários agravados. O advogado precisou que o jovem «continua sob controlo judiciário» e «trabalha numa empresa de construção civil» em França.
As 12 vítimas mortais, com idades entre os 7 e os 63 anos, viviam na Suíça e deslocavam-se a Portugal numa carrinha de seis lugares que embateu frontalmente com um veículo pesado na Estrada Nacional 79, na localidade de Moulins, um troço da RCEA (Estrada Centro Europa e Atlântico), conhecida por ser uma estrada perigosa.
A 08 de Janeiro deste ano, também na Estrada Nacional 79, na direcção Mâcon-Moulins, o despiste de um autocarro com 32 passageiros portugueses provocou quatro mortos, três feridos graves e 25 ligeiros.
A RCEA é conhecida como “a estrada da morte” e foi classificada como “a estrada mais perigosa de França” pelo jornal Libération, em Fevereiro deste ano, numa reportagem em que se revela o tráfego é de “10.000 veículos por dia, 40 por cento são veículos pesados”.