“Solar do Vinho da Beira Interior” no chamado “Quintal Medroso”


O “Solar do Vinho da Beira Interior”, que é a futura sede da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), foi construído no jardim do antigo Solar Teles de Vasconcelos, conhecido como “Quintal Me-droso”. O edifício, que teve um custo global de cerca de meio milhão de euros, foi inaugurado no passado dia 25 de Abril. Uma cerimónia que contou com a presença do ministro da da Agricultura, Capoulas dos Santos.
O “Solar do Vinho da Beira Interior”, que é a futura sede da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), será «uma alavanca para a divulgação dos vinhos» produzidos localmente e contribuirá para que tenham «notoriedade» no mercado nacional e internacional. É esta a convicção do presidente da CVRBI, João Carvalho, manifestada no discurso proferido na cerimónia de inauguração daquele espaço, ocorrida no passado dia 25 de Abril, que contou com a presença do ministro da Agricultura, Capoulas dos Santos.
A nova sede da CVRBI foi construída no jardim do antigo Solar Teles de Vasconcelos, conhecido como “Quintal Medroso”. O edifício, que teve um custo global de cerca de meio milhão de euros, foi construído pela Câmara Municipal da Guarda, tendo, nesse sentido, sido assinado um contrato de comodato entre a autarquia e aquela comissão vitivinícola.
A CVRBI abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Rodrigo, Pinhel e Cova da Beira, nos distritos de Guarda e de Castelo Branco, onde existem cerca de 60 produtores de vinho, entre adegas cooperativas e produtores particulares.
Na opinião do presidente da CVRBI, João Carvalho, com a abertura da nova sede, o sector dos vinhos será dignificado, uma vez que a entidade que dirige passará a reunir condições para receber, «com dignidade, os agentes económicos de qualquer parte do mundo para virem ver quem nós somos, e o que é que somos capazes de fazer». Disse que a CVRBI pretende tornar a viticultura «como a principal actividade eco-nómica agrícola» da Beira Interior, prosseguir o trabalho de participação em certames nacionais e estrangeiros e criar a Rota dos Vinhos e Enoturismo da Beira Interior.
Poucos dias antes da inauguração, aquele dirigente já tinha afirmado ao TB que a sede engloba «toda a parte técnica, em termos de laboratório, de provas e também a área administrativa». «No exterior, a zona de jardim ficará aberta durante todo o dia para as pessoas poderem ali merendar e adquirir garrafas de vinho», adiantou.
João Carvalho explicou que «a ideia foi ter um edifício, de raiz ou não, adaptado às necessidade da CVRBI» e espera que «daqui a dez anos seja demasiado pequeno e que daqui a vinte anos seja ínfimo». Na sua opinião, a Beira Interior, com os seus 16 mil hectares de vinha, tem potencial para vir a ter uma dimensão completamente diferente daquela que tem hoje. É que, justifica, «actualmente certifica pouco mais do que um décimo daquilo que produz, o que significa que os vinhos da Beira Interior podem vir a ser dez mais do que aquilo que são hoje».
No dia da inauguração, depois de recordar todo o processo que levou à escolha do “Quintal Medroso” para a construção da sede da CVRBI, o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, disse esperar que os vinhos locais beneficiem com a inauguração do Solar do Vinho da Beira Interior, que se juntará, em breve, ao Solar dos Sabores, que surgirá no edifício dos antigos Paços do Concelho, que também acolherão a sede da Comunidade Intermuni-cipal das Beiras e Serra da Estrela.
O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, disse que nos últimos 30 anos o país fez um trabalho «notável» no sector vitivinícola e os vinhos nacionais afirmam-se a nível mundial como «vinhos de excelência». Segundo Capoulas Santos, o país fez «um trabalho notável» em áreas como a reestruturação da vinha, a selecção e melhoria das castas, a organização dos produtores, a criação das Comissões Vitivinícolas Regionais, a vocação expor-tadora e o investimento na agro-indústria.
O governante referiu que no último ano a agricultura «cresceu o dobro do resto da economia», o vinho aumentou a sua produção e também aumentaram as exportações deste produto. «Só nos dois primeiros meses deste ano o aumento das exportações foi na ordem dos 15%, disse, acrescentando que os vinhos portugueses «afirmam-se cada vez mais no mundo inteiro como vinhos de excelência que são multipremiados e que granjeiam cada vez mais respeito».
Capoulas Santos referiu que no futuro o objectivo é apostar «no valor»: «Temos que aumentar as nossas expor-tações cada vez mais em valor, porque os nossos vinhos são de inequívoca qualidade”.
O ministro observou que, «infelizmente, durante muitas décadas», os vinhos nacionais «eram associados a produtos de baixa qualidade» e exportados a granel, mas o panorama mudou pelo «esforço feito nos últimos 30 anos», em que houve «a continuidade das políticas», independentemente das mudanças de Governo.
A CVRBI tem sede na Guarda e abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Rodrigo, Pinhel e Cova da Beira, nos distritos de Guarda e de Castelo Branco, onde existem 54 produtores de vinho, sendo cinco adegas cooperativas e 49 produtores particulares. Na área demarcada da Beira Interior existem 16 mil hectares de vinha e são produzidos anualmente mais de 40 milhões de litros de vinho.