Vigília pela Amazónia agendada para Sexta-feira no Jardim José de Lemos na Guarda


O núcleo da Guarda da Greve Climática Estudantil agendou para amanhã à noite, a partir das 21 horas, no Jardim José de Lemos uma “Vigília pela Amazónia”. «Vai ser um acto simbólico, onde alguns jovens se juntarão como forma de protesto. Reivindica-se como prioridade para os governos de várias nações uma maior acção pelo clima e pela Natureza, dando um especial destaque aos devastadores incêndios na Amazónia», refere, numa nota dirigida à imprensa, a organização.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo, sendo conhecida como o pulmão do planeta e que está a ser atingida por incêndios de grandes proporções:
A Amazónia possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta, distribuída por 5,5 milhões de quilómetros quadrados, em territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. A maior parte (60%) da floresta amazónica situa-se no Brasil.
Na Amazónia vivem 10% das espécies de fauna e flora conhecidas, num cenário que constitui a maior colecção de plantas vivas e de espécies animais no mundo: 2,5 milhões de espécies de insectos, dezenas de milhares de plantas e cerca de 2.000 espécies de aves e mamíferos. O jacaré, o jaguar, o puma e a sucuri (cobra) estão entre os maiores predadores. Pelo menos 40.000 espécies de plantas foram classificadas até ao momento, 3.000 de peixes, 428 de anfíbios e 378 répteis.
Nos rios da Amazónia encontram-se cerca de 85% dos peixes da América do Sul. Um quilómetro quadrado de floresta amazónica pode conter 90.790 toneladas métricas de plantas vivas. Estão registadas 438.000 espécies de plantas de interesse económico e social. Outras continuam a ser descobertas ou catalogadas.
A Amazónia assegura 20% da água doce disponível. Produz 20% do oxigénio emitido para a atmosfera terrestre e suporta directamente a vida de 30 milhões de pessoas. A vegetação da Amazónia contém cerca de 10% das reservas de carbono do mundo.
A desflorestação aumentou 278% em Julho, comparativamente ao mesmo mês de 2018, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) brasileiro, atingindo 2.254,8 quilómetros quadrados. Milhares de rios atravessam a Amazónia, onde se destaca o Amazonas, um dos mais extensos do mundo, com 6.992,06 quilómetros. Nos nove países que a partilham, a floresta amazónica perdeu mais de 550.000 quilómetros quadrados nos últimos 10 anos.
O Brasil, signatário do Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa, comprometeu-se a eliminar até 2030 a desflorestação ilegal na Amazónia e a restaurar 12 milhões de hectares de florestas degradadas.
Dados do INPE indicam que a desflorestação da Amazónia caiu 80% entre 2004 e 2012. Foram derrubados 27.772 quilómetros quadrados da floresta amazónica dentro do território brasileiro em 2004, número que recuou para o valor mínimo histórico de 4.656 km2 em 2012. A maioria da floresta desmatada foi transformada em pastagens, com 70% das terras anteriormente florestadas e 91% das desmatadas desde 1970 a serem usadas para esse fim.
Este ano, mais de 41.000 incêndios foram registados por satélites na região da Amazónia, com mais de metade a ocorrerem no mês de Agosto. O número de incêndios no Brasil aumentou 83% este ano, face ao mesmo período do ano passado, com 72.953 focos registados até 19 de Agosto, sendo a Amazónia a região mais afectada.
Os resultados do Censo Demográfico 2010 apontam para uma população de 25,47 milhões de habitantes nos estados da Amazónia Legal (conceito criado em 1966), o que inclui toda a população do Maranhão e não apenas a parte que reside na Amazónia.