Área ardida no distrito até final de Agosto é menor do que a do ano passado
Até final do mês de Agosto, os incêndios consumiram no distrito da Guarda 9 556 hectares de mato e floresta, menos do que aquilo que ardeu em igual período do ano passado. À excepção dos incêndios de Manteigas, todos os grandes incêndios no distrito ocorreram no mês de Agosto. O distrito da Guarda é o quarto do país mais afectado pelos fogos.
s incêndios florestais no distrito da Guarda destruíram nos primeiros oito meses do ano 9.556 hectares. É menos do que em igual período do ano passado. Por esta altura em 2015 já tinham sido destruídos mais 12 mil hectares. Os 9.556 hectares de área ardida deste ano são o resultado de 220 ocorrências, sendo que 86 foram consideradas incêndios florestais dada a dimensão atingida. Os restantes foram fogachos. Na lista dos 114 incêndios em todo o país considerados grandes incêndios, por terem afectado uma área igual ou superior a 100 hectares, há 19 que se registaram em território do distrito da Guarda. Destes apenas dois se verificaram em Julho, ambos no concelho de Manteigas. Todos os outros ocorreram no mês de Agosto. O de maiores dimensões foi o fogo que deflagrou no dia 8 de Agosto em Ribamondego, no concelho de Gouveia, que destruiu 1 324 hectares. Ainda acima dos mil hectares destruídos regista-se o incêndio que lavrou em Barreira, no concelho de Meda, no dia 10 de Agosto, e que consumiu 1 161 hectares. Os valores poderão no entanto sofrer algumas alterações uma vez que alguns destes incêndios ainda estão «por validar», como se lê no relatório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
O mesmo documento dá conta que até final de Agosto arderam 114 326 hectares em todo o país, em resultado de 10 334 ocorrências. O distrito do Porto é aquele que regista maior número de ocorrências (3 238), mas em termos de área ardida Aveiro é o mais afectado com 42 279 hectares destruídos. Neste ranking, o distrito da Guarda é o quarto com mais área ardida. A tabela não inclui a Madeira e os Açores.
O pior período entre Janeiro e Agosto dos últimos seis anos foi 2010. Nesse ano, a área ardida no distrito da Guarda representava 22 por cento do total ardido em Portugal até final de Agosto. Era o distrito com mais área ardida em Portugal continental – 23.782 hectares. Neste período, o melhor ano foi 2014, uma vez que os fogos consumiram apenas 1 779 hectares. Mesmo assim, o distrito acabaria por ser o mais fustigado pelas chamas nesse Verão, tendo ardido mais de cinco mil hectares (5 235).
No ano passado, o mês de Agosto no distrito ficou marcado pela morte de um homem com cerca de 70 anos que não conseguiu escapar às chamas num incêndio que lavrou no concelho do Sabugal durante dois dias. O incêndio terá sido causado por um raio de uma forte trovoada que se abateu sobre a zona de Sortelha. Foram consumidos 5.303 hectares de floresta.
Recorde-se que o período mais crítico para a ocorrência de incêndios florestais decorre de 1 de Julho a 30 de Setembro. É a chamada fase Charlie e é aquela que mobiliza maior número de meios de combate aos incêndios. Nesta fase o distrito da Guarda conta com um Dispositivo de Combate a Incêndios composto por 604 operacionais, num total de 148 equipas, 136 viaturas e três meios aéreos estacionados na Meda, Guarda e Seia.