Ataque ao Capitólio


Desde há um ano assistimos a algo inconcebível em termos de democracia quando o Elon Musk sugeriu que os EUA «darão golpes de estado em quem quiserem». Acontecia na Bolívia um país sul-americano rico em lítio, cujo presidente quer resgatar a exportação do material para reviver o crescimento económico. Aconteceu sem se dar notícia dos perigos agravados, que correm os estados nas mãos dos homens de negócios que buscam maximizar e assegurar lucros máximos. Por isso, Evo Morales, o ex-presidente e Luís Arce chamam à crise política do país no final de 2019 de “golpe do lítio”.
Dizem-me os jornais.
Entretanto, há dias o símbolo da Democracia Americana, o Capitólio, foi alvo de um assalto, que foi filmado em direto, evidenciando as falhas de segurança que o permitiram por manifestantes pró-Trump. São estas que estão a levantar preocupações quanto à tomada de posse de Joe Biden, marcada para 20 de janeiro, ou seja, ontem. E quando escrevo este texto, apoiado em notícias recolhidas na Internet não sei o que aconteceu. Sei apenas que o comportamento atual dos republicanos americanos é preocupante quando apoiam acriticamente o comportamento de Donald Trump.
Sei apenas e confirmo-o que as chamas que em 27 de fevereiro de 1933 queimaram o Reichstag em Berlim, fragilizaram a democracia alemã, já que Adolfo Hitler soube usar o ataque para ampliar, consolidar o seu poder e lançar o mundo numa guerra que nos entristece pelas suas consequências na Humanidade.
Tudo agora é ainda mais perigosamente agravado pela Pandemia, que os enormes recursos da Ciência e Tecnologia não conseguem dominar, tornando-nos a todos prisioneiros da crise económica provocada pelo confinamento e, mais ainda, pela ameaça omnipresente do COVID 19 que a vontade de viver sem limites de alguns nos impõe.
Agrava tudo a evidente incapacidade dos governos democráticos de convencerem os cidadãos de que têm de ter comportamentos responsáveis, falhando eles logo no momento de nos imporem regras logo complicadas e tornadas lassas pelas muitas exceções que logo se listam. Não admira que alguns avancem já com a hipótese de que o mundo acabará desta forma, transformando-se a pandemia num colapso social.
Como esperança, alguns recordam que antes do nazismo e do fascismo, houve uma pneumónica, que matou um número indefinido de pessoas e acabou por desaparecer sem deixar rasto que nos desse indicações de como a combater quando retornasse a existir. Bem pelo contrário os males que a Erupção da Monarquia do Norte trouxe em 1919 à Guarda, Vila Flor, Bragança e bem graves ao Porto, foram esquecidos para impedir que quaisquer inimigos da democracia pudessem ser entendidos para atalhar a sua repetição.
Trabalham neste sentido o esquecimento que a nossa frágil memória traz consigo, acompanhada por uma propagandeada vontade de atirar tudo para trás das costas e prosseguir uma vida descuidada, sem nunca resolver os problemas, varrendo-os como lixo para debaixo do tapete.
Fizemo-lo quando afastámos José Sócrates do poder sem o julgarmos e o mesmo fizemos com Pedro Passos Coelho, que desapareceu sem que ninguém explicasse a privatização desnecessária da TAP que já reapareceu agora como buraco enorme para as finanças públicas taparem, acompanhando assim a cratera financeira do BES e doutros bancos.
Só se fala do COLAPSO eminente do Serviço Nacional de Saúde, e sempre sem ninguém inquirir por que razão lhe faltam os recursos humanos e materiais, que explicam bem a catástrofe próxima que alguns dizem adivinhar, mas não querem esclarecer.
Só me dizem que tenho o dever geral de recolhimento domiciliário nas próximas duas semanas e que cuide de mim e dos outros. E não me dizem mais nada.