Aumento de empresas PME Excelência «era bom sinal para a região»


Em 2015 foram 22, o ano passado 17 as empresas distinguidas com o estatuto PME Excelência no distrito da Guarda. Apenas 6 constam da lista de empresas Gazela 2016. Números que estão longe de representar o tecido empresarial da região, constituído por cerca de 9 mil empresas, 90 por cento das quais micro empresas. As grandes empresas contam-se pelos dedos.
Gabriela Marujo
gabmarujo.terrasdabeira@gmpress.pt
Das cerca de 9 mil empresas instaladas no distrito da Guarda apenas 6 são Gazela [correspon-de a empresas jovens e com elevados ritmos de crescimento, sustentados ao longo do tempo] e 17 foram distinguidas com o estatuto PME Excelência [que tem como objectivo conferir notoriedade] no ano passado. Números que «não têm expressão» mas Pedro Tavares diz ser «normal».
«Não é só nos números do distrito da Guarda, se virmos inclusivamente em toda a região Centro o número do que são empresas Gazela é diminuto em relação ao universo de empresas que estão instaladas. Percentualmente não sei mas certamente nem sequer ao 1 por cento chegará», esclarece o presidente da direcção da Associação Empresarial da Região da Guarda – Nerga.
E explica que «tem a ver com os critérios do que é ou da importância do que é uma empresa Gazela». Ou seja, «é importante que haja empresas que no fundo têm crescimentos tão rápidos, mas sustentar esses crescimentos também não é fácil. As empresas, pelo menos pelo estatutos, têm que ser empresas jovens, mais ou menos recém-criadas, e portanto é normal que essas empresas tenham um crescimento exponencial e se transformem em empresas Gazela».
«Mas elas não são de maneira nenhuma mais importantes do que as empresas que já estão instaladas e que não têm essa conotação», sublinha Pedro Tavares.
No caso do estatuto PME Excelência «é diferente». «No fundo é um prémio que é dado às empresas que têm os rácios económicos melhores. Aliás, há dois estatutos, o PME Líder e o PME Excelência, que são rácios muito bons, e é no fundo um selo, um prémio que é dado às empresas que o atingem e que têm esse mérito».
«É um estatuto, para mim, mais importante do que é ser empresa Gazela», considera.
É igualmente normal, em seu entender, o decréscimo do número de PME Excelência, que passou de 22 em 2015 para 17 em 2016. «As empresas dependem dos mercados e os mercados oscilam, é natural que num ano baixem quatro, no ano a seguir subam seis, portanto, é natural que neste universo haja essas oscilações», argumenta.
Normal mas longe do desejável. «Era bom que este número fosse dobrado ou triplicado porque era bom sinal para a região. Acho que é um número muito baixo só 17 PME Excelência», considera Pedro Tavares, afirmando que «este [número] mostra muito mais o estado das empresas locais do que propriamente termos ou não termos empresas Gazela».
Estes números estão no entanto longe de representar o tecido empresarial do distrito da Guarda. «É pequeno, continua a diminuir, mas o número não pode ser lido só pelas PME Excelência. Certamente pelas PME Líder o número é certamente muito maior, portanto aí daríamos um mapeamento muito mais real do que são as empresas na nossa zona, mas a verdade é que é uma zona onde se continua a desinvestir e não a investir e isso nota-se todos os dias na redução da população que esta região está a ter e que é desastroso», lamenta Pedro Tavares.
Das cerca de 9 mil empresas instaladas no distrito, «90 por cento» são micro (até 10 empregados), seguindo as pequenas e médias empresas.
«Grandes empresas na região contam-se pelos dedos, infelizmente. Era preciso maiores empresas porque geralmente impulsionam depois outras empresas pequenas que, no fundo, são suas fornecedores e geram uma economia circundante muito alta. Mas infelizmente, essas empresas tendem a ir para o Litoral e nós desde que saiu a Delphi [fábrica de componentes e acessórios para veículos automóveis e seus motores, na Guarda] que continuamos à espera de uma grande empresa», destaca.
«Felizmente ficou a Coficab, mas a Coficab nunca teve a nível de empregabilidade a dimensão que chegou a ter a Delphi», conclui Pedro Tavares.