Belmonte Sinai Hotel supera as expectativas iniciais

Pouco mais de um mês após uma discreta abertura ao público, no início de Fevereiro, o Belmonte Sinai Hotel apresentou-se precisamente há uma semana na BTL – Feira Internacional de Turismo, que decorreu entre 2 e 6 do corrente na FIL, no Parque das Nações, em Lisboa. A apresentação da nova unidade, «hotel de 3 estrelas, vocacionado para especificidades de judeus», organizada pela Aldeias Históricas de Portugal, incluiu degustação de produtos Kosher [que obedecem à lei judaica].
«Não fizemos ainda grande alarido com a abertura porque estamos a testar também o funcionamento do hotel», justifica o director, José Belchior, revelando que «a verdade é que via o nosso website, via operadores ou mesmo directamente a procura tem sido muito interessante». «Para o primeiro mês se calhar superou algumas das expectativas que tínhamos aquando do dia da abertura, pelo menos temos tido ao fim-de-semana ocupações razoáveis», afirmou dias antes da apresentação no certame.
Com 27 quartos, dos quais 24 são standard, 2 são suites e um pessoas com mobilidade reduzida, o Belmonte Sinai Hotel, projecto de âmbito privado, de um empresário local de origem judaica, vem reforçar a oferta a nível do alojamento, até agora assegurado por duas unidades hoteleiras, ambas fora do centro da vila.
Questionado se a abertura desta nova unidade peca por tardia, dado que o número de visitantes, sobretudo vindos de Israel e Brasil, países que têm uma ligação histórica a Belmonte, tem vindo a aumentar de ano para ano, José Belchior responde «sim».
«Uma das coisas que me foi dita logo no início é que os grupos que visitavam Belmonte não pernoitavam exactamente porque não havia capacidade para alojamento desses grupos», confirma o director, natural do Fundão, que confessa ter sido «uma agradável surpresa porque conhecia bem Belmonte, conhecia algum do mercado, mas desde que que cá estou notei que todos os dias tem muitos visitantes». «A abertura desta unidade dá exactamente origem a que as pessoas possam cá pernoitar», destaca.
A oferta destas três unidades hoteleiras face à procura será a suficiente? «O ser ou não suficiente só o tempo o dirá», considera José Belchior. «O que posso dizer é que nós neste momento temos já alguns grupos confirmados de operadores israelitas, e de alguns nacionais mas que trabalham com o mercado judaico, e os contactos são quase diários. Isto quer dizer que perspectiva-se uma operação a nível do mercado judaico muito interessante já para este ano», acredita o director.
Mas não são só grupos que procuram esta nova unidade hoteleira. «O número de reservas que nos têm aparecido de individuais, do Brasil, de Israel, da Roménia, e de outros países da Europa, e dos Estados Unidos, é muito interessante», acrescenta.
A abertura de uma nova unidade hoteleira em Belmonte, «de quatro estrelas superior (no Sítio do Buzieiro)», como anunciou recentemente o presidente da Câmara local, Dias Rocha, não preocupa José Belchior. «De maneira nenhuma. Ao houver investidores que acham que Belmonte tem capacidade para mais um hotel exactamente com as mesmas características é porque há mercado para aos hotéis. Na actual conjuntura ninguém investe se não tiver garantias que há mercado para o investimento», justifica.
O Belmonte Sinai Hotel é direccionado para «todo o público ele cumpre é os requisitos para poder receber parte dos visitantes de Belmonte que são judeus. O restaurante do hotel só serve comida Kosher», esclarece o director, destacando que a certificação «foi-nos atribuída pelo rabino de Belmonte [Elisha Salas]», «um parceiro do hotel na área da restauração». «Os produtos principais para o restaurante são comprados já com certificação», garante José Belchior.
GM