Bombeiros da Guarda propuseram à Câmara benefícios sociais para os voluntários do concelho

A Associação Huma-nitária dos Bombeiros Egitanienses, da Guar-da, propôs à Câmara Municipal para que seja criado um regulamento municipal para a concessão de benefícios sociais para os voluntários do conce-lho. A proposta, que ainda não obteve resposta, pretende ser uma forma de tornar o voluntariado mais atractivo.
Associação Huma-nitária dos Bombeiros Voluntários Egitani-enses, da Guarda, propôs à Câmara Municipal que fosse criado um regulamento municipal visando a concessão de benefícios sociais aos bombeiros do concelho. A autarquia ainda não deu resposta, mas o presidente da direcção da Associação, Luis Borges, acredita que «haverá sensibilidade e disponi-bilidade para acolher a proposta», afirmou na sessão solene comemorativa dos 140 anos daquela associação. Tanto o presidente da direcção como o comandante, Paulo Sequeira, acreditam que a atribuição de benefícios poderia ser uma forma de manter e aumentar o voluntariado nas corporações do concelho. Luís Borges lembrou que estudos recentes assinalam uma diminuição significativa de bombeiros voluntários no activo, verificando-se uma redução de 22 por cento. O dirigente deixou o alerta considerando que é um dado «que a todos deve preocupar particularmente aos decisores político pois é sabido que a estrutura de Protecção Civil em Portugal assenta nos voluntários e os municípios em particular não têm condições financeiras que permitam sustentar uma estrutura operacional maioritariamente profissional».
Luis Borges voltou a lembrar que as exigências operacionais «com que hoje os corpos de bombeiros se confrontam e as correspondentes necessidades financeiras deveriam ser acompanhadas de um financiamento público e justo equitativo que fosse adequado à sua realidade operacional». O presidente da Associação deu o exemplo do investimento recente que foi feito para adquirir 60 equipamentos de protecção individual «com recurso a verbas próprias» de forma a garantir que cada bombeiro «se encontre devidamente protegido, salvaguardando a sua integridade física». «Tal aquisição, financeiramente bastante onorosa para a Associação, não é um capricho da direcção nem um luxo exigido pelos bombeiros, tratando-se de um equipamento indispensável à sua segurança pessoal e que nos coloca a salvo da desresponsabilização das companhias de seguro em caso de acidentes que envolvam danos pessoais em bombeiros», explicou Luís Borges. Aproveitando a presença do secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, o dirigente reiterou a necessidade da legislação incluir uma contribuição municipal para garantir a sustentabilidade financeira das associações. «Só deste modo se evitariam as recorrentes situações de divergência entrre os municípios e as associações humanitárias quanto a verbas transferidas como comparticipação tantas vezes geradoras de conflitos institucionais», sublinhou. Recorde-se que a Associação manteve um diferendo com a Câmara Municipal da Guarda nos últimos anos devido à suspensão da transferência de verbas. O actual executivo retomou a atribuição da contribuição financeira no ano passado atribuindo 17.500 às três corporações o concelho. Este ano o valor foi triplicado, sendo atribuído 34.170 aos bombeiros da Guarda, 10.316 aos de Gonçalo e oito mil para Famalicão da Serra.
O comandante Paulo Sequeira fez referência ao assunto evidenciando a «melhoria da postura» do município. «Não queremos nada para nós. Apenas exigimos que no âmbito da sua responsabilidade as instituições contribuam para que seja garantida a sustentabilidade financeira da associação», referiu.
Na sessão solene foram integrados 14 novos bombeiros no corpo activo, tomou posse Manuel António Pereira como segundo comandante e foram atribuídas condecorações e promoções a diversos bombeiros. Foi ainda formalizada a passagem de Joaquim Lages ao Quadro de Honra. Nas comemorações do 140º aniversário procedeu-se à benção de uma viatura de transporte de doentes, à qual a direcção decidiu atribuir como patrono o Quadro de Honra.
Elisabete Gonçalves
elisagoncalves.terrasdabeira@gmpress.pt