Câmara da Guarda abre concurso para requalificação da zona entre a Dorna e rotunda das Finanças

O executivo da Câmara da Guarda aprovou esta Terça-feira a abertura do concurso público para a realização das obras de requalificação da zona da Dorna e envolvente. A intervenção, cujo concurso terá um valor base de 357 mil euros, abrange o eixo entre a fábrica Tavares, onde vai ser construída uma nova rotunda, e a rotunda do serviço de Finanças. «Vai ser mais uma grande requalificação», disse o presidente Álvaro Amaro, prevendo que a obra esteja concluída até ao próximo Verão. Os vereadores do PS, Joaquim Carreira e Graça Cabral, votaram favoravelmente reiterando a ideia já expressa da mais valia que será a construção de uma rotunda naquela zona. Menos consensual é a intervenção prevista para o Parque Municipal, cujas obras se deverão iniciar já em Setembro. Os vereadores da oposição querem saber quantas árvores é que está previsto serem abatidas e quais são os fundamentos apresentados pelos projectistas para tal medida. Joaquim Carreira, que abordou o assunto ao início da reunião do executivo, lembrou a existência da petição que decorre na internet exigindo que sejam preservadas as árvores daquele espaço verde da cidade e que já conta com mais de 600 subscritores. O vereador considerou que este processo «seria simples se fosse explicado às pessoas quantas árvores é que vão ser abatidas e porque razão vão ser abatidas». O presidente da Câmara argumentou que o projecto foi apresentado numa sessão pública para a qual foi convidada a população. «Só não posso fazer um referendo», disse Álvaro Amaro.
O autarca disse ter «respeito pelas 600 pessoas que subscreveram a petição», mas argumenta que não abdica do poder que o povo lhe conferiu para fazer obras. «Discutimos com o povo e agora só porque há 600 pessoas que não gostam…Não podemos agradar a todos», disse. O autarca lembrou que se trata de uma primeira intervenção que permitirá devolver o espaço à cidade e torná-lo mais fluído. Deixou a garantia de que irá saber quantas árvores é que vão ser abatidas.
Conforme foi dado a conhecer no dia da apresentação dos projectos, no Parque Municipal está previsto o abate de «uma dúzia de árvores» junto do Lago para criar naquela zona uma clareira. E serão derrubadas as barreiras no perímetro e eliminadas as duas portas de entrada. O espaço terá vigilância 24 horas por dia.
Recorde-se que as obras de requalificação do Parque Municipal foram adjudicadas à empresa Tomé Saraiva por 254 mil euros mais IVA. A decisão do júri foi ratificada na reunião do executivo de há 15 dias e mereceu a aprovação dos vereadores do PS. Mas questionado pelos jornalistas sobre a contestação que já se fazia ouvir ao abate de algumas árvores naquele espaço previsto no projecto já divulgado, Joaquim Carreira considerou ser uma reacção justificada porque «os guardenses não gostam» daquilo que se pretende fazer. «As pessoas têm sentido de posse e não é por terem mandato que têm autoridade moral», sublinhou. Na altura, o socialista criticou ainda o momento escolhido pelo executivo para apresentar os projectos da requalificação do eixo central da cidade, uma sessão pública realizada «num dia de semana» tendo por isso «passado ao lado de 70 por cento da população» que não ficou a par dos planos da autarquia.