Câmara da Guarda desiste de colocar cobertura na Rua do Comércio e prepara intervenção «minimalista»
A Câmara da Guarda decidiu revogar a decisão de adjudicar a uma empresa de Bragança a intervenção que previa a colocação de uma cobertura na Rua do Comércio. A decisão, recorde-se, já tinha sido adiantada ao TB pelo presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, na entrevista concedida em Novembro. Foi formalizada esta Segunda-feira na reunião do executivo, durante a qual foi também decidido lançar um novo concurso para uma intervenção «mais minimalista», como explicou o vice-presidente, Carlos Monteiro, aos jornalistas. Serão obras «à superfície» no valor de 158 mil euros, nomeadamente ao nível do pavimento, floreiras e iluminação.
O autarca contou que a empresa vencedora do concurso, a Bricantel, colocou «dúvidas e incertezas» quanto à exequibilidade do projecto e foi decidido não dar seguimento até tendo em conta o tempo que resta até ao final do mandato. De acordo com o relatório apresentado ao executivo a empresa colocou questões que não estavam bem explícitas no projecto nomeadamente ao nível do comportamento da estrutura, da drenagem, das fundações e mecanismos de estabilidade bem como da segurança dos pilares.
O vice-presidente sublinhou que tratando-se de uma rua «estruturante» e a aposta «em levar alguma dinamização ao centro da cidade» decidiu-se «abrir de imediato» um novo concurso para uma intervenção «com uma dimensão diferente» mas que «não colide com aquilo que no futuro possa vir a ser a reabilitação» daquela artéria. «Achamos que deve ser intervencionada. Vai trazer algum valor acrescentado àquela rua», sustentou o autarca.
A vereadora do PS, Graça Cabral, tem outro entendimento e considera que é uma intervenção injustificada e que «não serão as obras previstas que darão uma nova dinâmica aquela rua». «É um simples lavar a cara. Não justifica o valor investido», disse Graça Cabral, justificando a abstenção na hora da votação.
Estava previsto que a Rua do Comércio ficasse parcialmente coberta por uma estrutura de policarbonato compacto (transparente), que teria iluminação com cambiantes. A intenção da autarquia era tornar a rua «mais atraente para os peões», mas não ficando afastada a possibilidade de ser atravessada pelo trânsito.
Recorde-se que presidente da Câmara já tinha adiantado ao TB que a autarquia ia desistir da intervenção inicialmente prevista devido a «dificuldades da própria empresa face à execução daquele projecto» que o autarca consideradava «muito reformista». Nessa altura, o autarca explicava que ia «haver uma grande remodelação em relação ao que esteve previsto» e que iria haver «algum embelezamento da Rua do Comércio deixando para mais tarde para se fazer algo mais profundo e de debate entre nós ou entre a sociedade».