Câmara da Guarda reduz taxas da água e saneamento num orçamento que fugiu «à tentação» eleitoralista

O Orçamento da Câmara Municipal da Guarda para o próximo ano é de 43,5 milhões, incluindo os 6,6 milhões dos Serviços Municipalizados. O docu-mento prevê a redução em dois por cento das tarifas da água, saneamento e resíduos; 250 mil euros para o orça-mento participativo; um aumento de 20 por cento nos subsídios para as associações. O presidente da Câmara considera que se trata de um documento «realista» que resiste «à tentação» tendo em conta que é para um ano de eleições. A oposição entende que «é mais do mesmo», que «não traz novidades» e continua a gastar-se em festas.

 

coligação PSD-CDS/PP na Câmara Municipal da Guarda apresentou esta Segunda-feira o Orça-mento e Grandes Opções do Plano para 2017. O documento, o último do mandato, tem um valor de 43,5 milhões de euros, incluindo os 6,6 milhões dos Serviços Munici-palizados.
O presidente da Câmara, Álvaro Amaro, considera que se trata de um documento que «se pauta pelo realismo, pelo rigor e pela responsabilidade». Sustenta que é «marcadamente social, mas com tendência ao apoio no investimento». O autarca argumenta que é um orçamento que «resiste» a algumas «tentações» tendo em conta que 2017 é um ano de eleições. O documento prevê a redução em dois por cento das tarifas da água, saneamento e resíduos; 250 mil euros para o orçamento participativo, que este ano contou apenas com 20 mil euros; um aumento de 20 por cento nos subsídios para as associações e uma redução do IMI para 0,40.
A oposição votou contra por considerar que «é mais do mesmo», que o documento «não traz novidades, nem inovação» e que continua a apostar nas festas. «Este projecto está esgotado. É uma governação baseada num catálogo de receitas», disse o vereador Joaquim Carreira no final da reunião do executivo. O presidente da Câmara responde que o município «tem marcas» e que o orçamento nem sequer tem uma rubrica para festas. «A nossa opção foi criar marcas, em vez de criar as festas socialistas da cidade. As nossas marcas são distintas. São marcas para a economia local», apontou.
Sobre o voto negativo dos vereadores socialistas, Amaro considera que «nenhum guardense compreenderá que o PS, que nunca deu uma sugestão, chame este orçamento de continuidade quando é o primeiro que baixa a carga fiscal às familias». O autarca sustenta que marca o início de «uma nova época» e que é «um virar de página que perspectiva melhores condições para o futuro da Guarda». Amaro considerou que a «grande obra» deste executivo foi melhorar as condições financeiras da autarquia. «Se não tivessemos essa estabilidade financeira não era possível ajudar as famílias», argumentou. A este ponto acrescentou ainda o facto de ser «caso único» ou «dos poucos no país» em que um executivo não irá contrair um «euro» de empréstimo. «O que fazemos é substituir empréstimos mais caros, contraídos no passado, por empréstimos mais baratos», explicou.

PS queria multiusos
e maior descida do IMI
No entender de Joaquim Carreira, o orçamento para 2017 podia prever uma maior descida do IMI tal como sugeriram os vereadores do PS. «Podia ter passado para 0,35 e não para 0,40 como o executivo teimosamente insistiu», recordou. O autarca socialista considera que as obras que este executivo tem feito «não acrescentam nada à cidade» e «não têm real benefício para a população». E apontou o exemplo da construção do pavilhão multiusos, que gostaria de ver incluída no orçamento. «O executivo diz que não há condições, mas há para as tendas e para as feiras. Gasta-se este dinheiro, o necessário para o pavilhão desaparecer», critica. Álvaro Amaro respondeu que o multiusos para já está fora das opções do executivo. «Não faço até 2018. Se quisesse fazer demagogia pregava o multiusos», sublinhou.
Nas críticas às opções do executivo, Carreira incluiu ainda o facto de «não haver capacidade para captar investimento nem capacidade para fixar as pessoas». O vereador lembra a existência de edifícios devolutos no Centro Histórico e que os censos certamente irão comprovar que «estamos a perder população».

Elisabete Gonçalves
elisagoncalves.terrasdabeira@gmpress.pt

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