Captar mais estudantes continua a ser o grande desafio para o Politécnico da Guarda

Conseguir atrair mais estudantes continua a ser um dos grandes desafios para o Instituto Politécnico da Guarda. O presidente Constantino Rei considera que as actuais medidas para a promoção da mobilidade dos estudantes do litoral para o interior não são as mais adequadas e pediu ao ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, que presidiu à sessão solene de abertura do Ano Académico do IPG, para que o modelo seja repensado e também «mecanismos para reter os jovens que continuam a abandonar o Ensino Superior por falta de recursos».
O presidente do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), Constantino Rei, defende que atrair mais estudantes é «o grande desafio» para os politécnicos do interior, disse na sessão solene de Abertura do Ano Académico. Uma das possibilidades é atrair os estudantes do litoral, mas o dirigente reitera a ideia de que as actuais medidas que teriam como objectivo promover esta mobilidade não têm qualquer efeito. Ao ministro da Ciência e Ensino Superior, Manuel Heitor, que presidiu à sessão, Constantino Rei pediu para que seja repensado o programa + Superior que mais não é do que «um prémio» aos alunos beneficiários do que um incentivo à mobilidade. O presidente do IPG considerou que «também é preciso encontrar mecanismos para reter os poucos jovens que aqui residem». «A verdade é que há muitos jovens, mas mesmo muitos jovens que continuam a abandonar o ensino superior por falta de recursos económicos».
Constantino Rei lembrou ao ministro que o IPG tem conseguido atrair muitos estudantes internacionais garantindo assim «a sustentabilidade de alguns cursos». No ano passado foram admitidos 80 novos alunos para as licenciaturas e este ano o número já está muito próximo. Os maiores contingentes são de São Tomé e Principe, com 50 alunos; 15 de Cabo Verde e 10 do Brasil.
No seu discurso, Constantino Rei deixou alguns elogios à equipa governativa responsável pelo Ensino Superior, mas também teceu algumas críticas. Lembrou que o Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior este ano «revelou sinais de afrouxamento no controle das vagas e da oferta formativa». O presidente do IPG admitiu que foi «com extrema preocupação» que se constatou a abertura de mais um curso na área da restauração em Coimbra o que veio a penalizar outros cursos já existentes nomeadamente na Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Seia. Coimbra ocupou as 20 vagas, em Leiria foram ocupadas 14 das 25 e no Politécnico da Guarda foram preenchidas pelas 5 das mesmas 25 vagas. «Os números revelam que a capacidade instalada na região era suficiente e que esta decisão apenas provocou um ineficiente uso dos recursos disponíveis, ao deixar recursos ociosos num lado para investir, ou seja gastar mais, noutros locais».
Constantino Rei confessou que os primeiros meses deste ano foram de «desilusão e desconfiança» para com a actual equipa do Ministério do Ensino Superior. Um sentimento justificado pelas «dificuldades relacionadas com a aprovação do Orçamento de Estado que se traduziram na prática por uma redução de quase 600 mil euros no financiamento do IPG» e pela «incerteza e arrastamento» no processo de financiamento dos Cursos Técnicos Superiores. Hoje, admitiu o dirigente do IPG, o ministro do Ensino Superior e a secretária de Estado «tudo têm feito para ajudarem a resolver os problemas» e evidenciou «o trabalho que tem vindo a ser realizado para valorização dos politécnicos».

Câmara de Seia paga renda da futura residência de estudantes
Na sessão solene de Abertura do Ano Académico, o IPG e a Câmara Municipal de Seia assinaram um protocolo de cooperação para que os alunos da Escola Superior de Turismo e Hotelaria possam ter uma residência de estudantes. A autarquia vai conceder um subsídio igual ao valor da renda mensal do imóvel onde já funcionou uma residencial privada e que vai funcionar como residência estudantil. Constantino Rei explicou que o espaço estará disponível para receber os estudantes após algumas obras de manutenção e colocação de equipamento nomeadamente ao nível da cozinha e sala de estudo/convívio. Ainda no âmbito desta parceria entre o IPG e a Câmara de Seia, Constantino Rei disse ao ministro Manuel Heitor que as duas entidades estão «disponíveis e interessadas» em fazer parte da Rede de Hóteis Escolas.
Ainda na mesma sessão foi assinado um protocolo entre o IPG e a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais que vai permitir que os reclusos do Estabelecimento Prisional da Guarda a frequentar o IPG possam assistir a uma aula em tempo real à distância. Irá ser criada uma sala de aula à distância dotada de meios audiovisuais e de um sistema informático que deverá estar acessível a partir de Janeiro de 2017. Actualmente frequentam o IPG 13 reclusos e mais um em liberdade condicional.

Elisabete Gonçalves
elisagoncalves.terrasdabeira@gmpress.pt

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