Caso positivo de covid-19 numa escola implica fazer «gestão do risco» mas não justifica isolamento da turma
O primeiro caso positivo de covid-19 identificado ontem entre os alunos da Escola Secundária Afonso de Albuquerque, na Guarda, levantou algumas dúvidas sobre os procedimentos a seguir. Foram realizados testes aos contactos considerados de risco identificados pelo jovem e os restantes elementos da turma a que pertencia o aluno prosseguiram com as actividades lectivas. «Foi feita uma análise ao percurso do aluno e identificados os contactos mais próximos», explicou ao TB, o delegado de saúde, José Valbom.
Os colegas referenciados pelo aluno foram contactos que aconteceram em «períodos em que não se consegue estar com máscara ou porque almoçaram juntos ou estiveram na explicação». Caso haja algum resultado positivo será «aberto um segundo anel de observação» e assim consecutivamente «as vezes que forem precisas».
O delegado de saúde da Guarda, José Valbom, explicou ao TB que não se justifica ter a comunidade escolar parada e do ponto de vista «epidemiológico também não é eficaz». «A comunidade escolar precisa de vida. Deve continuar a sua actividade. É um grupo pouco vulnerável». Além disso, José Valbom sublinha que é suposto que comunidade educativa adopte as medidas correctas. «Se houver comportamento de risco numa sala de aula em que esteja o professor é porque alguma coisa falhou. A comunidade escolar tem de se auto-responsabilizar e não pode ter comportamentos de risco», aponta.
O delegado de saúde reitera a necessidade de cumprir o plano de contingência das instituições, como o uso de máscara, cumprir a etiqueta respiratória e o distanciamento social e reduzir os contactos ao mínimo entre professores e alunos.
José Valbom diz ter «confiança» na comunidade escolar e que «os professores são pessoas diligentes e competentes e penso que isso está a ser feito». «Penso que os pais devem ter também essa expectativa sobre a comunidade escolar. Estou convencido que no ambiente de turma não há comportamentos de risco», reforça.
José Valbom sublinha que outras situações venham a acontecer e que o risco «é global». O delegado de saúde refere que os pais e a comunidade em geral «está com ideia pré-definida que este problema se resolve com a separação», mas esta fase, sublinha, «não se vai resolver com a separação física». E avisa que não é a autoridade de saúde local ou regional que vai decidir encerrar uma escola. «Tem de ser uma decisão do Ministério. E é altamente desaconselhável privar os miúdos do seu meio ambiente natural», sustenta.
Sempre que surge um caso positivo numa escola é necessário fazer «a gestão do risco» e analisar «porque cada caso é um caso», explica José Valbom. E as medidas que se tomam num caso identificado num lar são diferentes das de uma escola. «Num lar as pessoas são altamente dependentes e vulneráveis. Numa escola estamos a falar de um grupo que é muito resistente a este vírus». O delegado de saúde sustenta que «parar uma comunidade escolar não é gestão de risco. É uma medida cega de intervenção». «A probabilidade de adoecer e as sequelas são radicalmente diferentes», sublinha José Valbom.
Este delegado de saúde (cargo politico) não deve ter netos nas turmas da escola.
Achar que os professores podem ser responsabilizados numa sala com 30 alunos sem ventilação que é o caso desta escola da Guarda é ser-se burro ou então conivente com o poder político.
Máscara???? Ele que veja as máscaras que esta escola deu aos alunos . Além das máscaras em ambientes não ventilados só serem eficientes 30min.