CineEco arranca sob o signo do cinema de emergência e de impacto
O CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, que Seia acolhe entre 8 e 15 deste mês, traz para a discussão e reflexão temas pertinentes da actualidade ambiental e social, num total de 70 filmes em competição, mais quatro extra-competição, um dos quais “Fogo Fátuo”, de João Pedro Rodrigues, com estreia marcada para estes dias nas salas de cinema portuguesas e que encerra esta edição do festival, e um conjunto de actividades paralelas.
Ao chegar à 28ª edição, o CineEco, que conta com o apoio do Jornal Terras da Beira, traz-nos à programação o denominado «“cinema de emergência e de impacto”, o melhor da produção nacional e internacional, com enfoque nos grandes fenómenos climáticos que assolam o mundo», adianta a Câmara de Seia, responsável pela sua organização.
“Cinema de impacto”, explica, «porque cria no espectador estímulos para a mudança de hábitos face às preocupações do mundo moderno, na medida em que todos devem fazer parte da solução».
«Convictos de que os filmes podem estar na vanguarda da mudança de atitudes, a direcção do festival propõe-se continuar a comunicar mensagens que podem levar as pessoas a adoptar práticas sustentáveis no seu dia-a-dia», refere em comunicado.
“A Fábrica das Pandemias”, da francesa Marie-Monique Robin, é «um dos destaques, num documentário onde podemos seguir a comediante francesa Juliette Binoche através de quatro continentes, para se encontrar com “ecologistas de doenças”, que estudam as relações entre as modificações causadas ao ambiente e o aparecimento de doenças infecciosas. Ao longo do
documentário vamos percebendo que esta “epidemia de pandemias” é provocada pela aceleração do colapso da biodiversidade devido à actividade humana».
“A Última Floresta” de Luiz Bolognesi e “A Serra do Roncador ao Poente”, de Armando Lacerda, são dois documentários brasileiros que «mergulham em universos de comunidades indígenas da Amazónia e nos trazem à reflexão problemáticas marcantes deste período de crise política, social e ambiental que se vive no Brasil».
Nesta competição de 11 Longas Internacionais, apadrinhadas por personalidades locais, destaca-se ainda “EO”, do veterano polaco Jerzy Skolimowski, um filme para se «ver o mundo pelos olhos de um burro, numa fábula cinematográfica, que vagueia entre o real e a ficção, feito sobretudo para
defender os direitos dos animais, contra o politicamente correcto».
São jurados desta competição os realizadores portugueses Ana Rocha e José Barahona e o docente de cinema da UBI André Rui Graça.
A programação das competições conta ainda com 26 curtas internacionais e 11 Séries e Reportagens de TV,quatro longas na competição de Língua portuguesa, 13 curtas de língua portuguesa e cinco curtas do Panorama Regional.
Realizadores de vários países também marcam presença no festival, para dialogarem com o público e se deslocarem a escolas. O festival conta ainda com a colaboração dos padrinhos, do júri da juventude, de professores, críticos de cinema e várias outras personalidades convidadas.
Para além das competições, o programa inclui um conjunto de actividades paralelas, onde se destaca um cine-concerto, exposições, apresentação de livros, performance de ecoteatro, e as Eco-Talks. Estas últimas, são conversas diárias de 50 minutos, em sistema híbrido, presenciais e com transmissão em directo online, para debater temas da actualidade do Cinema e do Ambiente, com oradores e moderadores convidados para o efeito.