Coordenador da comissão confirma que o relatório admite a possibilidade de seis blocos de partos encerrarem «temporariamente ou definitivamente»

O médico Diogo Ayres de Campos lamentou que tenham saído para a comunicação social notícias pouco rigorosas sobre o relatório da Comissão de Acompanhamento de Resposta em Urgência de Ginecologia e Obstetrícia, que causaram «mal-estar» nas populações. O director do serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que coordenou a comissão criada pela ex-ministra Marta Temido, foi ouvido na Comissão de Saúde a pedido do PSD sobre o eventual fecho de serviços de Obstetrícia no país.
Questionado sobre as notícias do fecho de maternidades, o médico negou que essas informações tenham sido dadas pela Comissão de Acompanhamento de Resposta em Urgência de Ginecologia, Obstetrícia e Bloco de Partos. O especialista explicou que «99 por cento do documento» são aspectos técnicos de organização e no final há uma lista de seis hospitais com cuidados de Ginecologia e Obstetrícia (Castelo Branco, Guarda, Famalicão, Póvoa de Varzim, Barreiro e Vila Franca de Xira) que, por apresentarem dificuldades nas equipas, nomeadamente falta de profissionais, se admite que possam encerrar «temporariamente ou definitivamente» se isso não implicar riscos adicionais do ponto de vista técnico. Uma medida teoricamente baseada nas distâncias e na resposta neonatal e que exigiria sempre uma visita ao hospital, como «está claramente escrito no documento».
Para a comissão, o principal problema nas seis maternidades em causa tem a ver com a falta de equipas médicas e de enfermeiros de saúde materna e obstétrica, disse, salientando que há situações que «são confrangedoras em termos da resposta». Notícia completa na edição em papel do Jornal Terras da Beira.