Coordenador distrital admite que a votação no Bloco de Esquerda «ficou aquém das expectativas»


O coordenador distrital do Bloco de Esquerda e candidato à presidência da Câmara Municipal da Guarda, Jorge Mendes reconhece que os resultados ficaram «aquém das expectativas» e dos resultados de há quatros anos. Nas autárquicas de Domingo, o partido no distrito da Guarda concorreu apenas no concelho da Guarda com listas à Câmara Municipal da Guarda, Assembleia Municipal da Guarda, Junta de Freguesia da Guarda e Assembleia de Freguesia da Vela. Jorge Mendes evidencia que o BE conseguiu manter um deputado municipal, mas admite que gostariam de aumentar a representatividade com um segundo elemento. O Bloco de Esquerda será representado pela psicóloga Bárbara Xavier.
Nas eleições de Domingo, o Bloco de Esquerda obteve menos 400 votos do que a votação registada em 2017. Jorge Mendes admite que esse eleitorado se tenha dispersado pelo CHEGA e pelo movimento “Pela Guarda”. Na sua opinião, a questão do CHEGA «é muito complicada». Ressalva que não é propriamente o que se verifica no concelho da Guarda, mas refere que em alguns locais «mesmo sem candidatos credíveis», o CHEGA alcançou votações «quase de gozo», ainda que os eleitores justifiquem como sendo «um voto de protesto». Ainda assim, o coordenador distrital entende que o Bloco fez uma campanha «bastante boa» na tentativa de tornar o concelho da Guarda «mais humano e mais inclusivo». «Infelizmente foi um trabalho não reconhecido pelas pessoas», sublinha. O dirigente destaca ainda uma mais valia da candidatura que pode ser «muito jovem» conseguiu atrair os jovens traduzindo-se num aumento do número de novos militantes. «Foi bom para nós», sublinha Jorge Mendes.
O dirigente bloquista aponta que o resultado no concelho da Guarda acompanha «a descida generalizada a nível nacional», lembrando que perdeu quatro dos 12 vereadores que tinha em autarquias. O dirigente bloquista defende que o partido vai ter de reflectir sobre a estratégia a adoptar. Já no próximo Sábado haverá uma Mesa Nacional, na qual Jorge Mendes tem assento, para discutir a forma de trabalhar e rever a forma como o partido está a ser gerido. Jorge Mendes aponta que há uma maioria ancorada no trabalho nos centros urbanos esquecendo-se que existe um país «a 7 ou 8 velocidades».