Degradação evitável da vida coletiva
Um dos meus antigos alunos em conversa telefónica sublinhou que o atual governo é de qualidade inferior ao anterior, tendo o primeiro-ministro tentado o seu reforço da pior forma, abrindo uma brecha em Caminha, que se veio somar a uma outra em Montalegre, onde presidente e vice-presidente acabaram por renunciar aos seus mandatos. Soma-se a um outro caso, o de Arouca onde uma estrada foi feita sem qualquer concurso, agindo o Presidente, o homem das perigosas golas antifumo, que, felizmente, nenhum bombeiro usou. Outro, na nossa Beira Serra entregou uns contratos lesivos da sua autarquia a umas empresas em vias de falência, mas não as salvou, só lesou a autarquia e desprestigiou o camarada que lhe sucedeu. Na Guarda, o atual presidente foi obrigado a anular um protocolo de cedência dos terrenos do antigo matadouro.
Em todos estes casos vemos como o órgão autárquico assembleia municipal não foi capaz de travar estes desatinos da governança local, prejudicando o desenvolvimento das respetivas autarquias e consequentemente o bem-estar das populações, perdendo-se tempo e dinheiro, mostrando como o seguidismo cego dos líderes partidários leva a decisões abstrusas e inconsequentes.
Contudo, este problema não é só nacional pois assistimos há pouco mais de um ano ao assalto ao Capitólio nos EUA, comandado pelo carismático Donald Trump. Tememos que o mesmo acontecesse no Brasil, mas o presidente derrotado teve o necessário bom-senso. Serviu-lhe de exemplo o que está a acontecer nos USA.
Contudo, sabemos que um antecessor do atual governante, que quer ser assistente num processo que envolve a EDP contesta um requerimento submetido ao juiz Carlos Alexandre, pelo MP “em que este alega que, perante as informações obtidas a partir do telemóvel apreendido a Manuel Pinho em buscas à residência em Braga, onde está em prisão domiciliária, foi possível apurar a existência de 115 comunicações na rede social WhatsApp (com anexos, mensagens escritas e de voz) trocadas entre arguido e assistente neste processo entre 16 de março e 3 de novembro de 2022” (Caso EDP. Sócrates critica MP por “insistir” em afastá-lo do processo (msn.com), acesso em 23/11/2022), mostrando como antigos governantes buscam arrogantemente bloquear a Justiça.
Os demais, quando questionados pelos seus maus comportamentos, dizem que está tudo tranquilamente bem com eles, mas empobrecemos sempre. São uma marca do tempo que vivemos em que somos obrigados a aguentar esta gente, e sem que o Governo e a Justiça assegurem alguma normalidade nas relações sociais existentes, havendo profissionais cujas vidas se degradaram por força de políticas governamentais na educação como é o caso dos professores e educadores, a quem são negadas continuadamente as progressões na carreira e condições normais de vida e de trabalho. E os governantes sempre passageiros nesta viagem dizem ser impossível repor direitos e, até uma qualquer contagem justa de tempo de serviço é impossível por não haver dinheiro no orçamento do estado.
Não admira que os resultados já conhecidos do recenseamento de 2021 revele baixas de população no Interior e também no Litoral, explicitando um votar continuado contra este tipo de governação desajustada e permissiva de comportamentos anómalos nos variados patamares da governação. Torna-se por isso algo a corrigir já.
De facto, até o Distrito de Coimbra perdeu na última década 22000 habitantes e a razão é que esta insensata e insensível governação, nem sequer gere bem os nossos sacrifícios. E desta gente não se espera nada melhor. Devemos ficar atentos para os manter longe.