Desvinculação da ADRUSE provoca discussão acesa entre presidente da Câmara da Guarda e vereador do PSD

A Câmara Municipal da Guarda aprovou esta semana, em reunião do executivo, a desvinculação do município da Associação de Desenvolvimento Rural da Serra da Estrela (ADRUSE). A proposta apresentada pelo presidente de Câmara, Sérgio Costa, foi aprovada por maioria mas gerou discussão com o seu antecessor e vereador do PSD, Carlos Monteiro. Em causa não esteve a saída do município daquela Associação, mas o facto da proposta prever o pagamento de 50 mil euros à Associação. O vereador social democrata considera que a desvinculação «já aconteceu há muito tempo» e que por isso «não há lugar ao pagamento de qualquer valor». Carlos Monteiro considera que se trata «de um acto danoso» e «prejudicial para as finanças da autarquia». O vereador argumentou que a desvinculação aconteceu ainda durante o mandato do socialista Joaquim Valente e que o pagamento dos 50 mil euros «é indevido».

Sérgio Costa explicou que a proposta de desvinculação da ADRUSE com o pagamento de 50 mil euros resulta de um parecer elaborado pelo consultor jurídico da autarquia e acusou o vereador do PSD de estar a tentar criar «um caso político» e de pôr em causa a análise do consultor jurídico. A troca de argumentos assumiu um tom crispado, tendo o presidente da Câmara avisado que interrompia a reunião caso Carlos Monteiro «não se comportasse». Os dois vereadores do PSD presentes, Carlos Monteiro e Lucília Monteiro, votaram contra, tendo o vereador do PS, Luís Couto votado favoravelmente a proposta. Já depois de terminar a reunião, o presidente da Câmara explicou que apesar de no passado ter havido a intenção de sair da ADRUSE, nunca houve uma decisão aprovada em reunião de Câmara ou em Assembleia Municipal. Defendeu que a autarquia esteve sujeita ao pagamento de quotas nos últimos anos e lembrou «onde é que está a desvinculação» se o município «até aceitou fazer parte dos órgãos sociais». A decisão de sair da ADRUSE prende-se com o facto da Associação já não abranger o território do concelho da Guarda, onde já existe a associação ProRaia com a mesma finalidade. «Esta associação não pode fazer nada pela Guarda», justificou Sérgio Costa.

Na reunião de Segunda-feira, o executivo municipal aprovou também a prorrogação do contrato de prestação de serviço dos transportes urbanos da Guarda com a empresa Viúva Monteiro. O presidente da Câmara explicou que a autarquia recebeu o visto do Tribunal de Contas relativo ao concurso público que atribui a concessão daquele serviço à empresa Encostatur sendo necessário conceder seis meses para que a nova operadora possa entrar. O autarca admitiu que o serviço que está actualmente a ser prestado «não é o melhor, mas também não é o pior», explicando que «este é um caminho que tem de ser feito». O vereador do PS, Luís Couto, lamentou que «assim seja» e considerou que o serviço está a ser feito «de uma forma muito inadequada».

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