Dispositivo de Socorro na Serra da Estrela mobilizado até à Páscoa

stá mobilizado desde o início do mês o Dispositivo de Socorro na Serra da Estrela. Os meios previstos neste plano estarão activados até Abril, por alturas da Páscoa, de forma a assegurar o socorro naquela montanha no período de maior afluência de visitantes e quando as condições climatéricas são mais desfavoráveis. O Dispositivo reúne um conjunto de meios materiais e humanos para assegurar «uma resposta eficaz e eficiente no âmbito da protecção e socorro», como esclarece a Autoridade Nacional de Protecção Civil. O dispositivo é composto por elementos de corpos de bombeiros dos distritos de Castelo Branco e da Guarda, pelo Grupo de Resgate em Montanha da Força Especial de Bombeiros (FEB) da ANPC, e ainda pelo Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR. Os bombeiros envolvidos são das corporações da Covilhã, Loriga, São Romão, Gouveia, Seia e Manteigas. As equipas estão sob a orientação do Plano de Operações Nacional da Serra da Estrela (PONSE) em vigor nesta época do ano tendo em conta o fluxo de milhares de turistas que são atraídos pelas características específicas da Serra da Estrela. A activação deste plano, sustenta a ANPC, «pressupõe uma unidade de comando e controlo de toda a prevenção e resposta, o incremento do nível de preparação das entidades acima referidas para os diferentes cenários de risco previamente considerados, e a sua pronta mobilização em caso de necessidade».
Na última época, nos cinco meses entre Dezembro de 2015 e Abril deste ano, o Dispositivo contabilizou um total de 112 ocorrências, tendo sido no mês de Março que se verificaram mais operações de socorro (43). Entre as estatísticas, facultadas ao TB pelo Centro Distrital Operacional da Guarda (CDOS), destaca-se ainda o elevado número de quedas e tramatismos (54) e 20 evacuações que envolveram 58 pessoas.
Nestas estatísticas estão contabilizadas as cinco pessoas que em Fevereiro tiveram de ser resgatadas por militares da Guarda Nacional Republicana, depois de terem pernoitado na Serra da Estrela, devido à queda de neve que se fazia sentir. O grupo, quatro homens e uma mulher, com idades entre os 30 e 40 anos, resolveram fazer um percurso pedestre apesar de desaconselhados pela GNR.
Houve ainda 8 acidentes rodoviários, sem causarem vítimas, e 14 casos de doença súbita. O Dispositivo foi ainda chamado a intervir em duas operacões de busca de pessoas desaparecidas nas quais estavam envolvidas três pessoas. Este ano, e devido à instabilidade climatérica, a Autoridade Nacional de Protecção Civil decidiu manter o Dispositivo organizado durante mais algum tempo.
Em comparação com as ocorrências registadas na época passada, houve no total menos operações de socorro, mas evacuações e mais buscas de desaparecidas. Em contrapartida houve menos acidentes rodoviários, menos quedas e traumatismos e menos desempanagens.

GNR de Montanha registou mais de 700 ocorrências na Serra da Estrela no último ano
O Subagrupamento de Montanha da GNR registou durante o último ano, na Serra da Estrela, 715 ocorrências, a maioria das quais de apoio aos condutores e no período de Inverno. «Efectivamente a maioria das situações operacionais continuam a registar-se na época da neve, mas também temos cada vez mais ocorrências na chamada época baixa, já que a Serra da Estrela tem registado cada vez mais procura de visitantes, que por vezes também necessitam da nossa acção», referiu, em declarações à agência Lusa, o comandante do Subagrupamento de Montanha do Grupo de Intervenção e Socorro da Unidade de Intervenção da GNR, Carlos Fernandes.
Os dados facultados à agência Lusa pelo Subagrupamento de Montanha da GNR compreendem o período entre 1 de Dezembro de 2015 e 30 Novembro de 2016 e apontam para um total de 715 ocorrências nas componentes de policiamento, vigilância, prevenção rodoviária e apoio a cidadãos.
Das 715 ocorrências, 506 dizem respeito ao apoio a condutores, 45 ao desbloqueio de veículos presos na neve e 25 a acidentes de viação, dos quais apenas resultaram danos materiais.
Noutra vertente, registaram-se três situações de busca, três de resgate e seis das denominadas evacuações (retirada de pessoas para outro local). Já no que concerne aos cortes de estrada, a GNR contabilizou 127 situações.
Carlos Fernandes voltou a sublinhar que os cortes de estrada são realizados quando não estão reunidas as condições de segurança para as pessoas e salientou ainda que continua a verificar-se que as pessoas que chegam à Serra da Estrela na época da neve não chegam devidamente preparadas. «Em cada dez veículos, só um é que traz correntes de neve, acessório que é fundamental em determinadas condições», apontou, lembrando que parte das vezes as estradas nem sequer estão encerradas, mas apenas condicionadas exactamente ao uso de pneus ou correntes de neve.
O comandante do Sub-agrupamento salientou ainda que «continua igualmente a verificar-se um total desrespeito pela sinalização existente, nomeadamente pelos sentidos proibidos e encerramento de estradas».
O Subagrupamento de Montanha da GNR é responsável pelo policiamento, segurança e ordem pública, protecção e socorro de pessoas, e disciplina e prevenção rodoviária na área de todo o maciço central da Serra da Estrela. Este grupo é constituido por três equipas de busca, resgate e salvamento e por três equipas da componente policial, sendo que no período de Inverno há um reforço com dez elementos da componente policial. É também uma das entidades chave do Dispositivo Conjunto de Protecção e Socorro na Serra da Estrela, cuja apresentação pública ocorreu na passada Quinta-feira.
Segundo a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), integram este dispositivo os corpos de bombeiros dos distritos de Castelo Branco (Covilhã) e Guarda (Loriga, São Romão, Gouveia, Seia e Manteigas), o Grupo de Resgate em Montanha da Força Especial de Bombeiros (FEB) da ANPC, bem como o Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR e outras forças e meios qualificados para a execução de missões de protecção e socorro, disponibilizados pelos agentes de protecção civil e por entidades com especial dever de colaboração.
«A activação do Plano de Operações Nacional da Serra da Estrela pressupõe a unidade de comando e controlo de toda a prevenção e resposta, o incremento do nível de preparação das entidades para os diferentes cenários de risco previamente considerados, e a sua pronta mobilização em caso de necessidade», aponta o comunicado da ANPC.

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