Duas listas em confronto na concelhia do PS da Guarda para a escolha de delegados ao congresso nacional
Maria do Carmo Borges, ex-autarca e ex-governadora civil, e Miguel Alves, actual presidente da Associação Comercial da Guarda, lideram as duas listas concorrentes na secção da Guarda para delegados ao XXI congresso nacional do PS, agendado para os dias 3, 4 e 5 de Junho. Ao que o TB sabe, ainda terá havido a tentativa por parte da equipa de Miguel Alves de ser elaborada uma lista única, mas de nada valeram os contactos efectuados. Assim, a votos na próxima Sexta-feira vão estar duas listas. Em causa está a escolha de seis representantes à reunião magna de Lisboa.
Na lista liderada por Maria do Carmo Borges figuram, como efectivos, Luís Patrício, Ricardo Pinto Antunes, Joana Carvalho, Nuno Abrantes e Eduardo Matas. Como suplentes estão Teresa Cristina Silva, Paulo Alves, Carlos Granjo, Anabela Alexandre, Manuel Daniel Nabais e Joaquim Craveiro.
António Saraiva (recém confirmado líder da Federação Distrital), Marisa Santos, António Monteirinho, Nuno Laginhas e Sandrina Clara são os elementos que surgem como efectivos na lista de Miguel Alves. Como suplentes figuram Paulo Pissarra, António Carlos Santos, Ana Margarida Pina, José Quelhas Gaspar, Daniel Vendeiro e Matilde Cardoso.
Ambas as listas são afectas à única moção política de orientação nacional intitulada “Cumprir a Alternativa, Consolidar a Esperança”, cujo primeiro subscritor é António Costa, líder nacional do partido. O secretário-geral do PS assume na sua moção de estratégia um «confronto» com o neoliberalismo, defende a componente parlamentar do regime político e considera que a actual maioria de esquerda já deu provas de solidez.
Estas são três ideias presentes na moção que António Costa leva ao congresso do PS, entre 3 e 05 de Junho – documento que conserva um afastamento político dos socialistas face ao PSD e CDS-PP e que contém referências críticas ao anterior Presidente da República, Cavaco Silva, e (de forma implícita) à actuação do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.
Neste documento com 34 páginas frisa-se que o PS assume «o confronto com a ideologia neoliberal e a proposta política de um Estado mínimo ou de uma função meramente assistencialista do Estado». «Hoje a diferenciação entre o PS e a direita não passa apenas pelas políticas sociais, seja ao nível das prestações seja ao nível dos serviços públicos. Passa também, de forma clara e determinante, pela política económica e pela conceção das reformas de que Portugal precisa», refere-se.
Na análise à actual solução de Governo, recusa-se na moção que o modelo subjacente ao acordo de incidência parlamentar com o Bloco de Esquerda, PCP e “Os Verdes” seja uma solução frágil: «A simples existência de acordos escritos confere à actual solução governativa uma solidez e um horizonte de estabilidade bem superior à de qualquer dos governos minoritários que anteriormente existiram na democracia portuguesa – e foram vários», advoga-se.
Concelhia do PS de Pinhel é a que elege mais delegados
A concelhia socialista de Celorico da Beira é a que, no distrito da Guarda, vai poder eleger mais delegados ao congresso nacional do partido, O rácio de delegados de cada concelhia está dependente do número de militantes em condições de votar.
Entre as diversas concelhias do distrito, a de Celorico da Beira, que tem entre 301 e 350 militantes, tem direito a nove representantes na reunião magna.
Enquanto que Guarda, Vila Nova de Foz Côa e Seia têm direito a seis delegados, cada uma delas. Fornos de Algodres, Gouveia e Meda terão quatro eleitos. Com condições de ter três delegados estão as concelhias de Aguiar da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo e Trancoso. Almeida, Manteigas e Sabugal só terão dois elementos cada uma. Com apenas um delegado no congresso estará a concelhia de Pinhel, dado que tem menos de 26 militantes em condições de votar.