Eleições em 1969: Troca de comunicados entre a Câmara de Seia e a CEDDG

César Augusto da Costa Tavares (advogado), João José Gomes (advogado), Luís Erse Baeta de Campos (médico) e Manuel Jorge da Fonseca Tavares Lopes (advogados) foram os candidatos efectivos da Comissão Eleitoral Democrática do Distrito da Guarda (CEDDG) às eleições de 1969 para a Assembleia Nacional. Como suplentes estavam Silvina Augusta de Almeida (advogada) e António Rabaça Pereira (mecânico electricista).
Para assinalar o cinquentenário desta efeméride, um grupo de apoiantes da Guarda à lista de candidatos às eleições de 1969 agendou para este Sábado um almoço de confraternização.
O Jornal Terras da Beira associa-se a esta efeméride divulgando documentos e contando episódios que ocorreram nessa altura.
Em Seia, «houve muita turbulência», que envolveu troca de diversos comunicados entre a Câmara Municipal e a Comissão Eleitoral Democrática do Distrito da Guarda (CEDDG), como refere José Manuel Trigo Mota da Romana no depoimento que o TB publica na edição desta semana. Em causa estavam alegadas declarações que teriam sido proferidas por João Gomes sobre a facilidade com que o então autarca colocou na cedência do Cine-Teatro para a realização de uma «sessão de propaganda eleitoral», inicialmente agendada para dia 17 mas que viria a ser alterada para dia 21. Em comunicado, o autarca, Joaquim Fernandes Ferreira Simões, refere que «no dia 17 [Outubro de 1969] começaram a correr rumores de que o presidente da Câmara teria dado todas aquelas facilidades para a realização da referida sessão, porque havia recebido ameaças da Oposição». Isto é, que caso não cedesse o espaço para o comício a Suécia deixaria de importar os tecidos produzidos pelas fábricas de Seia. O autarca considerou que essas declarações eram «de uma gravidade impressionantemente flagrante».
Em resposta, os candidatos e a CEDDG vieram desmentir «essas acusações que por si mesmas se apresentam como verdadeiramente fantasiosas e absurdas, lamentando tão ignóbeis manobras para desacreditar os nobres ideais democráticos, e afirmam ao povo de Seia que tudo farão para defesa dos seus interesses contra a mentira e a exploração». No comunicado, a CEDDG adianta que João Gomes enviou um telegrama de esclarecimento a Guilherme de Melo e Castro, presidente da Comissão Executiva da União Nacional. (pode visualizar todos documentos na página oficial do facebook do Jornal Terras da Beira)