Eleições para a Federação do PS/Guarda poderão vir a ser repetidas

A Comissão Federativa de Jurisdição (CFJ) do PS/Guarda decidiu na passada Sexta-feira que deveriam ser repetidas as eleições, ocorridas uma semana antes, para a escolha do presidente da Federação e dos delegados ao congresso. Foi a resposta ao pedido formulado por Eduardo Brito (ex-autarca de Seia), o candidato que abandonou a corrida à presidência da Federação no próprio dia do sufrágio, por considerar «não estarem reunidas as condições democráticas necessárias à realização do acto eleitoral». Em causa esteve a rejeição de seis listas de candidatos a delegados ao congresso. António Saraiva, antigo líder da Concelhia da Guarda, viria, por isso, a ser o único candidato à sucessão de José Albano Marques na presidência da Federação Distrital.
Como o TB avançou na edição online, na segunda reunião do CFJ (a primeira não foi conclusiva), o presidente daquele órgão federativo, Carlos Martins, teve de usar o voto de qualidade para desempatar a decisão, uma vez que houve três votos a favor da repetição do acto eleitoral e outros tantos contra. De recordar que apenas António Saraiva concorreu para a sucessão de José Albano na liderança da Federação Distrital.
A data do repetição das eleições terá agora que ser escolhida pelo órgão competente, como decidiu a CFJ. Nada disto deverá ser necessário se António Saraiva decidir recorrer para a Comissão Nacional de Jurisdição e esta opte por anular a decisão da CFJ.
De recordar que António Saraiva foi eleito no passado dia 4 para o cargo até então desempenhado por José Albano, num acto eleitoral que ficou marcado pela polémica após o outro candidato, Eduardo Brito, ex-presidente da Câmara Municipal de Seia, ter desistido. Dos 1.349 militantes inscritos nos 14 concelhos do distrito da Guarda votaram 571, tendo o único candidato obtido 524 votos. Os militantes da secção de Trancoso não votaram porque a sede não abriu as portas.
Apesar de polémica, o novo presidente da Federação Socialista prometeu trabalhar para unir o partido no distrito e fazer do PS «a maior força partidária» nas eleições autárquicas de 2017. António Saraiva, que substitui José Albano Marques, que liderou o partido no distrito da Guarda desde 2008 e não se recandidatou ao lugar, anunciou que nos próximos dois anos vai trabalhar para «ver o partido unido e coeso».
A eleição de António Saraiva, ex-líder da Concelhia da capital do distrito, fica, contudo, envolta em polémica. O seu adversário, Eduardo Brito desistiu por considerar «não estarem reunidas as condições democráticas necessárias à realização do acto eleitoral». Em causa está o facto de a Comissão Organizadora do Congresso (COC) ter excluído as listas de candidatos a delegados do congresso das concelhias de Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda e Manteigas. «Uma atitude violadora dos mais elementares princípios de um Estado de Direito», considerou o ex-candidato.