Equívocos sobre a Ordem Mundial

Os Estados Unidos da América vivem tempos difíceis pois a revista “The Economist” relatou numa das últimas edições a catástrofe humanitária, que se vive nas suas prisões, que aqui nem relato para não afligir quem me lê.

É só uma potência que se debate com as suas contradições e fragilidades tal como vi nos muitos pedintes, que se apresentavam nas ruas principais de Chicago, a capital deste nosso capitalismo, que não consegue dar a cada um de nós o bem-estar mínimo que nos aquiete. Sonham por isso numa Nova Ordem Mundial que não esteja dominada pela China e pela Rússia, tal como intuo pela capa do exemplar da revista “The Economist”, que cito. Todos escondem preocupações com a falta de competitividade da economia americana e da europeia, que, infelizmente, se revela sua satélite, esperando ganhar com a evasão geral de ucranianos os trabalhadores, que lhe faltam devido a uma política demográfica, que prejudica em muito as famílias, não as deixando ter os filhos desejados. Nem as deixando produzir nas terras que eram de seus avós, argumentando com regras absurdas de uma política agrícola que esfomeia o mundo, em que mal vivemos.

Seguem-se por isso alterações nos consumos quotidianos tanto na forma como na qualidade e quantidade.

No meio da tragédia humanitária que vemos abundantemente nas televisões, ninguém parece preocupar-se com argumentos com princípio, meio e fim com a sorte das crianças, que nasceram numa barriga de aluguer ucraniana, um facto que revela a fragilidade da economia ucraniana e a incapacidade de entendimento de uma opinião formatada só para condenar a Rússia, sempre sem ver como as restantes economias capitalistas funcionam mal, tentando desesperadamente exportar através da guerra para outras os seus problemas económicos. E neste processo nenhum destes aguerridos governos se preocupou em saber quem vai pagar os custos da Guerra e… da Paz.

Mas, o nosso capitalismo não lhe pode servir de modelo pois até o nosso reduzido salário mínimo mete medo ao Capital, obrigando o Governo desta República a subsidiar as empresas para o pagarem, até mesmo a que têm fartos lucros. Pior ainda são os nossos Bancos como pedintes recorrentes pois apresentam prejuízos continuados, que como são tapados com os nossos impostos, nos tornam carentes de muitos bens e serviços na saúde, na educação, segurança pública, etc.

Apesar disso alguns usufrutuários dos favores dos donos do poder, passam dolce far niente tempo em repartições públicas, que só fecham quando há mudanças de governo que logo se querem caraterizar por reduções de custos. Mas, sabe-se que os ditos usufrutuários já encontraram novo nicho para continuarem a viver bem. Pensam continuar a viver aí bem-parados ou na pior das hipóteses a trabalhar bem devagar, e sem se importarem com o mal-estar dos que esperam pelo cumprimento aceitável do seu trabalho ou ação social.

Não admira que os que sentem como injusta a derrota das suas ambições culturais e outras procurem razões do sucedido. Mas, há já outros prontos para defendê-los para que nada corra mal a quem não trabalhou, esperando sempre que uma cunha ou um favor lhes desse a vitória que era de todo imerecida.

De facto, para que nada de mal lhes aconteça existem sempre prontos uns fazedores de opinião que proclamam desde já que não há culpados, esperando que as águas continuem paradas e não se afogue ninguém em tantas correntes bem mansas mas antagónicas entre si.

Estamos assim prisioneiros de regras abstrusas, quase não suportando tanta grilheta assim construída e aplicada através de regras que a racionalidade económica não aconselha.

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