Estabelecimento Prisional da Guarda elabora Manual do Recluso

O Estabelecimento Prisional da Guarda (EPR) elaborou um “Manual do Recluso” no âmbito de uma parceria com o Centro de Respostas Integradas (CRI) da Guarda e com a Associação Piaget para o Desenvolvimento, anunciou hoje o seu director.
Luís Couto, director do EPR da Guarda, disse à agência Lusa que a publicação será apresentada publicamente às 16:30, no auditório Municipal da Guarda, integrado no seminário “Participação Participada”, que decorre até sexta-feira com cerca de 200 participantes.
«O “Manual do Recluso” é uma das peças que resulta desta parceria. Foi construído por estes três parceiros. Depois de quatro anos de trabalho construiu-se um documento que pode ser um documento que vem a ter linhas orientadoras em termos de intervenção junto da população prisional», afirmou.
Luís Couto indicou que o livro, aprovado na semana passada pela Direcção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, vai ser divulgado a partir de hoje. «Este manual servirá como linha orientadora de intervenção e poderá servir para todos os estabelecimentos prisionais», admitiu o responsável, referindo que para o EPR da Guarda é «uma satisfação» poder «contribuir para uma melhor intervenção” junto da comunidade reclusa.
Segundo o responsável, que falava à Lusa margem dos trabalhos do encontro, o “Manual do Recluso”, com 60 páginas, totalmente a cores, contém conselhos práticos sobre saúde, emprego e vida em sociedade. O livro resulta do trabalho desenvolvido no âmbito do Projecto de Prevenção no EPR da Guarda, entre 2008 e 2010, promovido pela Associação Piaget para o Desenvolvimento eco-financiado pelo então Instituto da Droga e da Toxicodependência,actual Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).
Sobre o seminário “Prisão Participada”, Luís Couto explicou que também marca o culminar de um projecto desenvolvido, durante quatro anos, em parceria com o CRI da Guarda e com a Associação Piaget para o Desenvolvimento. «O grande objectivo deste protejo era a prevenção e a reinserção dos jovens e dos adultos que estão a cumprir connosco a medida privativa de liberdade no sentido de desenvolvermos nesses homens e mulheres competências para que no futuro voltem à sociedade sem cometer crimes», explicou.
Acrescentou que no EPR da Guarda, actualmente com 211 reclusos, foi desenvolvida «uma série de programas com vista à não reincidência e este seminário é o avaliar deste programa e o pôr em cima da mesa novos programas de desenvolvimento com vista à reinserção social da população reclusa».
Durante os trabalhos são abordados temas como “Prisão Participada – O Envolvimento dos Diversos Actores no Contexto Prisional”, “Recomendações internacionais para a melhoria das condições de saúde em contexto prisional!, “Quando a Saúde Chega à Prisão: Abordagens Interventivas em Contexto Prisional” e “A Saúde Enquanto Motor de Reinserção”.