Festival Internacional de Cinema arranca hoje em Foz Côa

«Vamos ter aqui um fim-de-semana em grande nesta arte que é o cinema», acredita Gustavo Duarte, presidente do Cinecôa – Festival Internacional de Cinema de Vila Nova de Foz Côa, que a cidade acolhe entre esta Quinta-feira e Sábado.
Um dos destaques desta edição, a sexta, vai para o filme “Altamira”, do conceituado realizador inglês Hugh Hudson, cuja presença está confirmada, autor de “Momentos de Glória”, «um filme que ganhou quatro Óscares, e que marcou todo um conjunto de gerações», esclareceu a organização, a cargo do Município de Foz Côa, numa recente nota de imprensa que serviu para apresentar o festival.
«Não é de forma inocente que abrimos assim o Cinecôa. O filme, protagonizado por Antonio Banderas, faz uma grande aproximação entre dois pontos fulcrais da arte rupestre europeia, como são Altamira e Foz Côa», explicou António Valente, membro da organização, no mesmo documento.
«Penso que faz todo o sentido sendo Foz Côa a capital da arqueologia quase que diria mundial ter este ano uma focagem neste património, e portanto iremos ter cá o próprio realizador a apresentar o filme “Altamira”, que de resto tem sido bastante premiado», considera Gustavo Duarte. «Já no ano passado tínhamos posto a hipótese», releva o também presidente da Câmara de Foz Côa, reforçando que «sendo nós património mundial, duplamente de resto, além do Douro Vinhateiro temos as gravuras rupestres e a arqueologia, penso que faz todo o sentido».
“Altamira” passa-se no final do século XIX e conta a história do jurista espanhol Marcelino Sanz de Sautuola que segue a filha de oito anos para dentro da Caverna de Altamira, na sua propriedade em Cantábria. «Foi ela que o fez reparar nas pinturas rupestres que lá havia e foi a primeira vez que alguém encontrou algo do género. A descoberta causou enorme polémica no mundo, indo contra as concepções da fé, da ciência e da história, numa altura em que se achava que os homens pré-históricos não tinham capacidade para fazer tal coisa», lê-se na sinopse.
O filme conta no elenco com Antonio Banderas, no papel de Marcelino Sanz de Sautuola, Golshifteh Farahani, Clément Sibony e Rupert Everett.
O Festival Internacional de Cinema de Foz Côa também vai distinguir António-Pedro Vasconcelos, «um nome que dispensa apresentação», no entender de Gustavo Duarte,
realizador de obras cinematográficas como “Jaime”, “Os Imortais”, “Call girl” ou “Os gatos não têm vertigens”, filme que abriu o Cinecôa na edição anterior.
«Vamos homenagear um dos realizadores mais polémicos e com os filmes mais vistos pelo público português. Será exibido o seu último filme – “Amor Impossível”, seguido de um concerto da filha, Patrícia Vasconcelos, que acaba de lançar um disco», referiu António Valente na nota de imprensa.
Uma «inovação» deste Cinecôa é o filme “Nosferatu”, «um clássico, que vai ser acompanhado pela Orquestra do Norte. Vai ter algum impacto porque vai ser toda a orquestra a acompanhar o filme», adianta o presidente, sublinhando que os cine-concertos são já uma «tradição» do festival. «Já tivemos cá o malogrado Bernardo Sasseti, Pedro Laginha e Pedro Burmester», recorda.
Serão ainda exibidos filmes recentemente produzidos em Marrocos, Espanha, Reino Unido, França, Luxemburgo, Brasil e Cuba. A entrada é gratuita e são esperadas cerca de 3 mil pessoas ao longo dos três dias.
Quanto ao orçamento, Gustavo Duarte revela que «está dentro do normal. Andará nos valores do ano passado, mais coisas menos coisa». Isto é, à volta dos 20 mil euros.
GM