Fundão passa a assumir a presidência da Comunidade Intermunicipal

Está agendada para a manhã de Sexta-feira a passsagem de testemunho da presidência da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) da Covilhã para o Fundão. Tal como tinha ficado acordado entre os 15 autarcas da Comunidade a sede ficaria na Guarda e a presidência seria repartida entre Covilhã e o Fundão. A vice-presidência será assumida nos próximos dois anos pelos autarcas de Gouveia e de Celorico da Beira. Nos últimos anos foram vice-presidentes os autarcas de Seia e Sabugal.
O mandato do presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira, ficou marcado por várias divergências entre os autarcas. As negociações para acordar a presidência e a sede foram arrastadas e a eleição dos elementos do secretariado executivo foi controversa. Um dos nomes apresentados pelos autarcas foi chumbado e o outro só passou à segunda eleição. Houve criticas à forma como o processo foi conduzido e de ter sido dado «um mau exemplo» por terem sido dado sinais de divergência, quando nos discursos se apela à união.
O autarca da Covilhã admitiu durante o seu mandato algumas dificuldades em gerir uma Comunidade que resultou da fusão de duas já existentes e onde estão representadas duas forças políticas. Vítor Pereira chegou a refereir que a lei está «formatada para forçar consensos» e por isso não antevê muitas alternativas, estando os autarcas «condenados» a entender-se. Sobre as críticas que foram sendo apontadas, Vítor Pereira considerou serem naturais num processo de aprendizagem, por se tratar de uma «realidade nova» e pelo facto «das pessoas não estarem habituadas a ter relações de trabalho». A CIMBSE é a única estrutura do país que resultou a fusão de duas entidades já existentes.
Em Setembro último, Vítor Pereira defendeu uma revisão da lei das comunidades intermu-nicipais, alegando que tem «contradições insanáveis». «A lei é mal atamancada, cozinhada em vésperas de eleições e em cima do joelho, pelo que redundou numa má lei, que tem contradições insanáveis», sublinhou no final da apresentação pública do Pacto de Desenvolvimento de Coesão Territorial da CIM-BSE, através do qual vão ser candidatados projectos para a região aos fundos comunitários.
O autarca da Covilhã entende que a presidência das comunidades intermu-nicipais deve ser exercida «a tempo inteiro e em regime de exclusividade». Entende que o modelo existente deveria incluir «um leque mais vasto de competências e atribuições que resultem de uma indispensável transferência de soberania dos municípios para a comunidade, bem como de maior capacidade financeira».
A CIMBSE integra os municípios de Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Sabugal, Seia e Trancoso. Há nove municípios liderados por autarcas socialistas e seis por autarcas do PSD. Os municípios da Guarda e da Covilhã são os que têm maior número de eleitores da CIM. O município da Covilhã tem 51.797 habitantes e 49.773 eleitores. A Guarda tem 42.541 habitantes, num total de 39.965 eleitores. Na lista dos municípios com mais represen-tatividade, em função do número de eleitores, segue-se o Fundão com 28. 906 eleitores e Seia com 24.715. Em termos partidários, o PS lidera em maior número de municípios, sendo de oito para sete lideradas pelo PSD ou em coligação com o CDS-PP.

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