Futuro dos Amigos do Museu da Guarda nas mãos dos sócios

Quase um mês depois da última Assembleia-geral, que tinha como ponto único a eleição dos novos órgãos sociais, os Amigos do Museu da Guarda continuam em vazio directivo. Os sócios incumbiram José Manuel Mota da Romana de formar uma comissão administrativa, mas até ao momento nada foi feito além de uma reunião mantida entre este e o presidente daquele órgão, na qual ficou decidido convocar nova Assembleia-geral para decidir o futuro da associação.

Os sócios dos Amigos do Museu da Guarda vão reunir brevemente para decidir o futuro da associação, em vazio directivo há cerca de dois anos. A decisão foi tomada numa reunião mantida entre o presidente daquele órgão, António Ferreira, e José Manuel Mota da Romana, sócio-fundador e presidente da direcção no triénio 2003-2007, a quem os associados incumbiram, na última Assembleia-geral, realizada a 11 de Fevereiro, que teve como ponto único da ordem de trabalhos as eleições para os corpos sociais e uma única lista concorrente, de formar uma comissão administrativa de gestão.
Mota da Romana, que foi informado da decisão dos sócios pelo Terras da Beira, assumiu a sua disponi-bilidade para encontrar uma solução mas considerou que «indicar uma só pessoa para um trabalho desses numa Assembleia talvez não seja assim muito razoável». «Pode ser uma forma de aligeirarem responsa-bilidades», supôs o ex-dirigente, reiterando a hipótese de «uma colaboração para se constituir a tal lista de amigos com princípio, meio e fim, com tudo correcto». «Não é propri-amente só o acto eleitoral, a escolha de uma lista, mas será toda a correcção de irregularidades que existiram até este momento», reforçava, alegando a necessidade de ter uma conversa com o presidente da Assembleia para falar desse assunto». Disse, contudo, que «mesmo assim resta saber se eu devo aceitar esse jugo sozinho».
«Mas é interessante chegarem a essa conclusão. É interessante terem chegado à conclusão que é melhor começar desde o princípio e levar tudo certinho segundo os estatutos e o regulamento, acho que sim», considerava o sócio-fundador, que impugnou o acto eleitoral por considerar, entre outros motivos, que «alguns nomes propostos para os órgãos sociais e publicitados no átrio do Museu não obedecem aos requisitos do Regulamento Interno».
Os elementos da única lista concorrente às eleições entregaram uma «declaração de retirada da sua candidatura ao acto eleitoral» e pediram que fosse considerada «sem efeito a candidatura de vários dos seus elementos a sócios da associação», revelava o presidente da Assembleia-geral em comunicado.
«Assim, perante o facto de não haver agora nenhuma lista concorrente e mostrar-se indispensável encontrar uma solução para a situação criada, delibe-raram os sócios presentes na assembleia encarregar o Dr. João [José Manuel e não João, como referiu duas vezes no comunicado] Trigo Mota da Romana de constituir a comissão administrativa de gestão que propôs», concluia o comunicado.
Mota da Romana confirma a reunião com António Ferreira, tal como era seu desejo, mas sobre a sua disponibilidade em fazer parte da solução respondeu que tudo depende da próxima Assembleia-geral. Serão os sócios a decidir o futuro da Associação Amigos do Museu da Guarda, que muito provavelmente terá que se adaptar a uma nova realidade: o futuro Quarteirão das artes, anunciado por Álvaro Amaro, presidente da Câmara da Guarda, em Julho do ano passado aquando da assinatura da transferência da gestão do museu para o município.
O novo espaço cultural da cidade deverá integrar o edifício do antigo Paço Episcopal, onde está instalado o Museu, Paço da Cultura, Centro Cultural e o espaço do futuro Museu de Arte Sacra, e incluir «um Museu da Cidade, que pode ser de arte contemporânea também», projectava o autarca.
No início deste mês, Álvaro Amaro escolheu o grupo de trabalho que irá apresentar a proposta integrada do projecto para o Quarteirão das Artes. Esta será submetida a discussão pública «no início de 2017», revelou o vereador da Cultura, Victor Amaral, que coordena a equipa, formada por João Mendes Rosa, director do Museu Regional da Guarda, Fernando Lopes, arquitecto, e Vítor Pereira, arqueólogo.

 

Gabriela Marujo
gabmarujo.terrasdabeira@gmpress.pt

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