Governo diz que o apoio à fixação de médicos no Interior não se limita a mais dinheiro
O secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, disse na semana passada que as medidas para a fixação de médicos no Interior do país não se restringem à majoração dos ordenados e que abarcam outras questões como a formação e valorização profissional. «Não queremos circunscrever os incentivos a mais dinheiro e sim alargá-los também às questões da formação, da valorização profissional e da família», disse.
Manuel Delgado falava na Covilhã, à margem da inauguração da Unidade de Farmacovigilância que ficará instalada na Universidade da Beira Interior e que pretende contribuir para aumentar a segurança na utilização de medicamentos, dando resposta aos distritos de Castelo Branco, Guarda e Viseu.
Questionado pela agência Lusa sobre a carência de médicos no Interior, o governante garantiu que a tutela está empenhada em dar resposta a este problema e sublinhou que as medidas vão muito além da mera questão de um aumento no ordenado.
Manuel Delgado lembrou que o decreto-lei aprovado no último ano para a fixação dos médicos no Interior «engloba incentivos de instalação, incentivos de apoio à família (mulher e filhos), bem como incentivos remuneratórios e de formação».
O governante vincou a importância destes incentivos à formação, uma vez que, considerou, «o problema do Interior, muitas vezes, prende-se com o facto de os médicos pensarem que vão trabalhar sozinhos ou com poucos profissionais da mesma área, perdendo assim contacto directo com o que são os avanços científicos e tecnológicos na saúde».
Já no que concerne à eventual instalação da Unidade de Medicina Nuclear no Fundão e da Unidade de Hemodinâmica na Covilhã, duas reivindicações antigas da região, o governante explicou que «ainda não há decisões fechadas» sobre essas matérias.