Governo quer alterar cursos de dois anos ministrados nos politécnicos
O governo quer que os cursos técnicos superiores profissionais (TESP), ministrados nos institutos politécnicos, passem a ser considerados “diplomas do ensino superior”, mesmo não conferindo um grau académico.
A intenção é alterar as regras para facilitar a entrada para as licenciaturas. O Instituto Politécnico da Guarda tem 19 cursos destes registados, mas a maioria não está ainda em funcionamento.
A ideia do novo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, faz parte do Programa de Modernização e Valorização dos Institutos Politécnicos apresentado a semana passada. Trata-se de recuperar o princípio dos Cursos de Especialização Tecnológica (CET’s) lançados pelo ministro Mariano Gago, de quem o novo titular da pasta foi secretário de Estado. Os alunos que frequentam os TEST têm um primeiro ano de formação geral e um segundo com uma componente mais prática. No final recebem um diploma de técnicos superiores profissionais, o nível V da graduação europeia. Manuel Heitor explicou ao Diário de Notícias que não pretende alterar a designação dos TESP, argumentando que quer é «melhorar o conteúdo».
O ministro quer estimular as instituições a pensarem nas ofertas em articulação com as ofertas em articulação com as empresas e o tecido produtivo das regiões onde se inserem.
O IPG tem cursos registados em diversas áreas, como Logística; Energias Renováveis; Comércio Internacional; Higiene e Segurança no Trabalho; Saúde; Património e Desporto.
Recorde-se que quando foram lançados mereceram a reprovação imediata dos Politécnicos.
O Conselho Coodenador dos Institutos Superiores Politécnicos considerava, na altura, que a medida revelava um «desconhecimento da realidade do ensino superior» por parte do ministério de Nuno Crato. Os politécnicos apontaram algumas dificuldades para pôr estes cursos em funcionamento, nomeadamente por entenderem que há uma sobreposição com outras formações já existentes.
O programa tem ainda como objectivo fomentar a melhoria do desempenho e da qualidade da despesa pública, designadamente fomentando consórcios e a partilha de recursos; estimular uma rede de Cidades e Regiões com Conhecimento e alargar a base social do conhecimento e a sua especialização progressiva em temáticas com forte apropriação territorial.
O ministro quer que os politécnicos lancem projectos de investigação, envolvendo alunos de todos os graus de ensino em projectos muito orientados para a colaboração com as pequenas e médias empresas das diferentes regiões. Os projectos terão inicialmente uma dotação de cinco milhões de euros, mas segundo o ministro o objetivo é ir aumentando gradualmente este valor.