Guardenses entre os que menos apoio pedem à APAV
A Guarda é de entre os distritos portugueses um dos que registou o menor número de pessoas atendidas e apoiadas pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) em 2015. O último Relatório Anual, divulgado há cerca de uma semana, aponta 40 casos em que o distrito de residência da vítima era a Guarda, correspondendo a 0,4 por cento. O distrito com menos pessoas atendidas e apoiadas foi Beja (23 – 0,2 por cento), seguido de Portalegre (24 – 0,3 por cento), Região Autónoma da Madeira (33 – 0,3 por cento) e Castelo Branco (35 – 0,6 por cento).
Lisboa (1.960 – 20, 4 por cento), Porto (1.167 – 12,1 por cento) e Faro (899 – 9,5 por cento) foram os distritos mais referidos pelas vítimas. No entanto, 2.269 das 9.612 pessoas atendidas e apoiadas pela APAV não sabiam ou não responderam sobre a sua proveniência.
Os dados estatísticos da APAV, apresentados no Relatório Anual 2015, reportam-se aos processos de apoio desenvolvidos presencialmente, por telefone e online, no ano transato, pela rede nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima, pela Linha de Apoio à Vítima, pela rede nacional de Casas Abrigo e pelas redes especializadas de apoio a vítimas migrantes, familiares e amigos de vítimas de homicídio e crianças e jovens vítimas de violência sexual, esclarece a associação em nota de imprensa.
Em termos concretos, a APAV registou no ano passado 12.837 processos de apoio com atendimentos nesse ano. Num total de 9.612 vítimas directas, assinalaram-se 23.326 crimes e/ou outras formas de violência. O trabalho realizado com os utentes da APAV resultou de um total de 34.372 atendimentos.
Através de uma análise comparativa dos últimos 3 anos é possível notar «um aumento gradual, quer do número de processos com atendimentos, quer do número de vítimas e ainda do número de crimes e ou outras formas de violência assinaladas». «De 2013 para 2015, registou-se um aumento superior a 8 por cento no número de processos, crimes e outras formas de violência e vítimas», afirma a APAV.
«Mais especificamente quanto aos crimes assinalados e às outras formas de violência, os crimes Contra as Pessoas representam mais de 95 por cento do total de registos», concretiza, realçando que «alguns crimes em particular, designadamente os maus-tratos físicos e os maus-tratos psíquicos, no âmbito dos crimes de Violência Doméstica, totalizam por si só mais de 50 por cento dos registos criminais».