Hotel Turismo vai novamente a hasta pública

Permanece num impasse o futuro do Hotel Turismo da Guarda. Já houve duas hastas públicas que foram infrutíferas. O edifício foi vendido em 2010 pela Câmara da Guarda, então liderada pelo socialista Joaquim Valente, ao Turismo de Portugal, por 3,5 milhões de euros, para ser recuperado e transformado em hotel de charme com escola de hotelaria, mas o projecto não saiu do papel e o imóvel está de portas fechadas e a degradar-se.
Em 2015, a Direcção Geral do Tesouro e Finanças realizou uma hasta pública para venda do edifício que ficou deserta. O imóvel foi posteriormente colocado à venda, pelo valor de 1,7 milhões de euros, através de um concurso público de arrendamento com opção de compra, mas o processo caíu por terra. É que, a Visabeira Turismo, que tinha vencido o concurso, desistiu porque entendia que não deveria suportar as rendas do imóvel, que eram de cerca de cinco mil euros mensais, desde o momento da assinatura do contrato e a abertura do hotel, que corresponderia uma verba de aproximadamente 180 mil euros. A Câmara da Guarda fez saber que estava ao lado do grupo viseense, tendo mesmo chegado a disponibilizar-se para pagar aquela verba.
Perante a condição imposta pelo júri do concurso, formado pelo Turismo de Portugal e a Direcção Geral do Tesouro e das Finanças, a Visabeira desistiu. Agora deverá ser aberto um novo concurso. O presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, espera que «à terceira seja de vez» e que o próximo aviso possa sair de modo a que a economia privada, que agora deu sinais claros de estar interessada no hotel.
Se a Visabeira tivesse aceite o negócio teria que realizar obras de recuperação do edifício e abrir o hotel, encerrado desde finais de 2010, num prazo de quatro anos. O contrato de arrendamento vigoraria por 30 anos e renovar-se-ia automaticamente por 15 anos, salvo decisão em contrário de alguma das partes. Nesse período, o futuro adjudicatário poderia comprar o imóvel, uma opção a exercer nos dez primeiros anos do contrato, por 1,7 milhões de euros, «um valor actualizável à taxa de 2 por cento ao ano, capitalizável anualmente», referia o caderno de encargos. Nesse caso, o potencial proprietário poderia abater as rendas pagas, sendo que a dedução seria de 70 por cento se exercesse a opção de compra até 4 anos; de 50 por cento se fizesse após o quarto ano e até ao sétimo; e de 25 por cento entre o sétimo e o décimo ano.

Hotel abriu portas em Julho de 1947
O Hotel Turismo da Guarda, que era propriedade da Câmara Municipal da Guarda, foi a primeira unidade hoteleira da cidade, tendo sido inaugurado no dia 6 de Julho de 1947 e alvo de ampliação com grandes sobressaltos entre 1966 e 1971. Mais tarde viria a ser explorado pelo grupo Predial das Termas. Posteriormente, a Câmara avançou com a candidatura de um projecto de remodelação do Hotel Turismo ao programa SIVETUR, que visavam transformar aquela unidade num hotel de quatro estrelas, mas este foi abandonado. Depois disso, o Hotel foi integrado no Provere, o programa de valorização económica de recursos endógenos, mas as tentativas falharam. Em 2010, a autarquia decidiu então vender ao Turismo de Portugal o hotel por 3,5 milhões de euros. Para além de, depois de remodelado, poder passar a ser um hotel de quatro estrelas, estava previsto que surgisse também uma escola de hotelaria de nível quatro.
Em 2015, a Direcção Geral do Tesouro e Finanças realizou uma hasta pública para venda do edifício que ficou deserta. Avançou depois com um concurso público de arrendamento com opção de compra, mas o processo caíu por terra. Agora seguir-se-á uma nova hasta pública.

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