IP apresenta Plano de Modernização do troço da Linha da Beira Baixa Covilhã-Guarda

Infraestruturas de Portugal (IP) apresentou Terça-feira, na estação ferroviária da Guarda, o plano de modernização do troço Covilhã-Guarda da Linha da Beira Baixa e o projecto de concordância daquela via com a Linha da Beira Alta. Ambos os investimentos ferroviários deverão estar concluidos no primeiro trimeste de 2019.
A intervenção na Linha da Beira Baixa envolve um investimento de 65 milhões de euros (modernização do troço), mais 23 milhões de euros em estudos, projetos, expropriações e sinalização, entre outras intervenções, e contempla a renovação integral de 36 quilómetros de via e a eletrificação da ferrovia que faz a ligação entre as cidades da Guarda e da Covilhã, desactivada desde 2009.
Segundo o presidente da IP, António Laranjo, a intervenção também integra, entre outros trabalhos, a reabilitação de seis pontes centenárias, a remodelação de três estações e apeadeiros, a drenagem e estabilização de taludes e a automatização e supressão de passagens de nível.
Quanto à concordância entre as linhas da Beira Alta e da Beira Baixa, contempla a construção de uma via com 1.500 metros nas proximidades da Guarda, que incluirá um viaduto ferroviário sobre o rio Diz. A futura concordância entre as duas linhas ferroviárias «permitirá um aumento significativo da capacidade ferroviária de e para a fronteira de Vilar Formoso», segundo a IP.
Na opinião do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, as obras de modernização do troço Covilhã-Guarda da Linha da Beira Baixa são importantes para a competitividade da região e do país. Segundo o ministro, a intervenção, que vai ter um custo global que ronda os 90 milhões de euros, é importante «para a redução de custos de transporte ferroviário de mercadorias». «Essa redução pode ir até 30%, essa é a nossa estimativa, com o aumento da capacidade de transporte, com o aumento de capacidade dos comboios, com a redução do tempo de trajecto», afirmou Pedro Marques, na Guarda, acrescentando que no troço Guarda-Covilhã a velocidade aumentará de 50 quilómetros por hora, como acontecia anteriormente, para os 100 quilómetros por hora, o que também representará «melhores condições do que aquelas que aconteciam há uma década» e com melhor conforto para os passageiros.
O investimento é feito no âmbito do plano Ferrovia 2020 e, segundo o ministro, o restabelecimento da ligação Guarda-Covilhã é «a maior obra de ferrovia que a Infraestruturas de Portugal (IP) lança em quase uma década em Portugal».
Para o presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, as duas obras agora lançadas vão fazer da Guarda uma «grande plataforma ferroviária».
O director da empresa Olano Portugal, João Logrado, aproveitou a cerimónia para dizer que seria importante para a região que «fossem revistas e actualizadas» as portagens nas auto-estradas A23 (Guarda-Torres Novas) e A25 (Aveiro-Vilar Formoso), que servem a região. O empresário pediu uma solução que traga «portagens equilibradas» naquelas vias e também apelou a que a Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial da Guarda seja publicitada nas autoestradas.
Em resposta ao pedido, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas disse aos jornalistas compreender «que as pessoas tenham essa legítima ambição [redução das portagens]», mas assinalou que é compreensível «que todos os portugueses percebem que o país tem finanças públicas que têm de se manter equilibradas».
O presidente da Câmara Municipal da Guarda disse aos jornalistas acreditar «sinceramente» que o Governo volte a baixar as portagens. «Todos reconhecemos que o Governo baixou os 15% e um pouco mais para o transporte de pesados (…), mas se se prova, como parece provar-se (…) que iria haver uma cobrança maior porque ia haver uma maior utilização das autoestradas, então é de elementar justiça que se equacione voltar a baixar», afirmou o autarca.