João Heitor, consultor para a área da diáspora, termina colaboração com comissão que prepara a candidatura da Guarda a Capital da Cultura


Na sequência da demissão de José Amaral Lopes da coordenação da comissão de candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura, João Heitor, que reside em Paris e que tinha sido anunciado como consultor para a área da diáspora que visava contribuir para fortalecer a candidatura, deu por terminada a sua colaboração. Em declarações ao TB, o livreiro e actor cultural natural da Meda e residente em Paris há 45 anos, considera que a Câmara da Guarda deixou «escapar um dos maiores técnicos da cultura portuguesa». João Heitor responsabiliza a autarquia pela situação criada, uma vez que, justifica, não foi dada qualquer resposta às várias propostas que ele e José Amaral Lopes fizeram.
E dá como exemplo três propostas, uma das quais tinha em vista a Guarda associar-se à apresentação, em Paris, do livro de Barata Feyo relativo à participação dos portugueses residentes em França na resistência dos nazis. Uma outra era para a a candidatura se associar ao lançamento do livro relativo a Cargaleiro, a realizar brevemente em Paris, e uma terceira visava o estabelecimento de parcerias e colaborações de instituições culturais francesas, de representantes das associações culturais e de personalidades reconhecidas dos meios académicos, artísticos e culturais.
João Heitor lamenta que estas propostas «nem sequer resposta tiveram» e o que está previsto «resume-se a uma acção comercial de vinhos». Foi a Estrutura de Missão da candidatura (que integra o presidente do Município, o vereador da Cultura e também o coordenador) que decidiu, sem o conhecimento de José Amaral Lopes, participar na “Festa das Vindimas”, em Paris, nos próximos dias 11, 12 e 13, para divulgar a candidatura.
De recordar que foi o TB que ontem à tarde avançou com a notícia da demissão de José Amaral Lopes da coordenação da comissão que vai elaborar a candidatura da Guarda a Capital da Cultura 2027 por considerar «não ter condições para continuar» uma vez que o executivo municipal não dava resposta às propostas que fez ao longo do ano.
O presidente da Câmara da Guarda, Carlos Monteiro, reagiu depois, reafirmando que o Município da Guarda «continua empenhadíssimo, com a motivação total e absoluta» para continuar com o projecto tendo em vista a sua aprovação. Em declarações ao TB, Carlos Monteiro diz que o consultor – e não coordenador como faz questão de corrigir- foi apresentando propostas mas não resultaram em «propostas exequíveis».
Mais pormenores sobre este caso na próxima edição do TB.