Mais médicos internos do que vagas para formação nas especialidades

Este ano vai haver jovens médicos sem vaga para prosseguir a sua formação na especialidade. Há 2162 candidatos para 1651 vagas em hospitais e centros de saúde, apontadas pela Ordem dos Médicos. As vagas são atribuídas aos serviços que reúnem condições para dar formação. A idoneidade formativa é atestada pelos colégios da Ordem dos Médicos. Todos os anos os serviços informam quantos médicos internos podem receber e a Ordem dos Médicos determina quantos podem estar nesses locais. A escolha dos internos é feita com base na nota de um exame de seriação.
A Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda tem idoneidade formativa em oito valências, mas nem todas têm recebido médicos internos. No último concurso, só houve vagas em três especialidades hospitalares: Medicina Interna, duas em Pneumologia e uma em Psiquiatria. Nas especialidades extra-hospitalares houve duas vagas em Medicina Geral e Familiar e uma em Saúde Pública.
O número de vagas atribuídas à ULS da Guarda deixou a adminis-tração descontente. A ULS da Guarda esperava «pelo menos» que fossem atribuídas vagas em todas as especialidades da instituição com idoneidade formativa «o que não aconteceu», admitiu na altura o director clínico, Gil Barreiros. O dirigente considerou que deveriam ter sido abrangidas outras especialidades com idoneidade formativa, realçando ainda que mesmo nas especialidades em que não capacidade formativa há sempre a possibilidade de serem atribuídas vagas parciais, o que significa que os internos passem uma parte do internato numa instituição e outra parte numa instituição com idoneidade. «Mas nem isso aconteceu», censurou. O médico considerou ainda que «mesmo as duas vagas atribuídas em Medicina Geral e Familiar é pouco», tendo em conta a «capacidade» da ULS que poderia «receber muitos mais» internos. O director clínico da ULS da Guarda defende que neste processo se continua a «privilegiar» as unidades hospitalares do litoral e a ignorar o interior do país.
Recorde-se que a ULS da Guarda tem estado em articulação com o Centro Hospitalar da Cova da Beira e a ULS de Castelo Branco para que em conjunto possam trazer mais internos para a região.
Está ainda em curso a constituição de um consórcio formativo, iniciado entre o Centro Hospitalar da Cova da Beira e o Centro Hospitalar Tondela-Viseu, com o objectivo de ganhar escala para poder alargar a idoneidade formativa a mais especialidades e aumentar o número de médicos nos hospitais da região. A ideia também foi lançada às Unidades Locais de Saúde da Guarda e de Castelo Branco. Através do consórcio, as unidades de saúde podem ganhar capacidade em conjunto de cumprir os requisitos exigidos pela Ordem dos Médicos permitindo a abertura de mais vagas de especialidades e noutras áreas ou eventualmente mais tempo de formação na especialidade na região.

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