Matosinhos vai ficar com o Museu Nacional da Emigração que a Guarda queria

A Câmara da Guarda queria que o Museu Nacional da Emigração ficasse no futuro “Quarteirão das Artes” (que engloba o Museu e o Paço da Cultura) mas afinal vai ficar em Matosinhos. A decisão foi revelada ontem pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, na sessão de encerramento do Fórum Luso-Estudos, promovido pelo Observatório dos Lusodescendentes, na Sociedade de Geografia de Lisboa.
«Há uma vontade de investimento financeiro de relativo vulto por parte da Câmara Municipal de Matosinhos», afirmou o membro do Governo. O projecto do Museu é da autoria do arquitecto Souto de Moura.
O secretário de Estado sublinhou que a constituição do museu da diáspora «é um objectivo nacional» e vincou a necessidade de articulação «com outras unidades museológicas no país», como o Museu das Migrações e das Comunidades, em Fafe, o Espaço Memória e Fronteira, localizado em Melgaço, e o Museu da Emigração Açoriana, instalado na Ribeira Grande.
De recordar que na sequência de uma proposta apresentada na Assembleia da República pelo deputado socialista Paulo Pisco, o presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, fez saber em Maio do ano passado, que pretendia acolher na cidade o Museu Nacional da Emigração, integrado no chamado “Quarteirão das Artes”. Os então dois vereadores do PS na autarquia (Joaquim Carreira e Graça Cabral), assim como a restante vereação, comungaram da mesma opinião do presidente do Município.
O autarca disse na ocasião que estava convicto de que a Guarda tinha possibilidades de ser atendida, uma vez que o distrito foi, «senão o mais sangrado, um dos mais sangrados» pelo fenómeno da emigração. «Queria que o Governo do meu país (…) não tenha a tentação de fazer mais um Museu Nacional da Emigração no Terreiro do Paço [em Lisboa] ou ali perto», desejou o autarca, considerando que os territórios do Interior «têm direito» a ter projectos nacionais.