Menos utentes em tratamento e contra-ordenações no distrito da Guarda


A Guarda foi o distrito que em 2015 registou o número mais baixo de utentes em tratamento em rede pública, e a menor taxa de notificações de casos de infecção por VIH associados à toxicode-pendência, por zona geográfica de residência.
De destacar o decrés-cimo do número de processos de contra-ordenação relativa-mente ao ano anterior: 217 em 2014 e 152 em 2015.
Gabriela Marujo
gabmarujo.terrasdabeira@gmpress.pt
A Guarda registou em 2015 o número mais baixo de utentes em tratamento em rede pública, segundo a residência, dos 18 distritos de Portugal Continental: 272, em números absolutos, o que equivale a 1 por cento. A mesma percentagem de Portalegre, que registou em números absolutos 277 utentes, e Évora (308), e a registada no número de tentes que iniciaram tratamento no ano, segundo a residência, 27 em números absolutos, e nos utentes readmitidos (14).
«As taxas mais elevadas de novos utentes por habitantes de 15-64 anos verificaram-se nos distritos de Viana do Castelo, Faro, Portalegre e Bragança. Por outro lado, os utentes readmi-tidos em 2015, residiam sobretudo nos distritos de Lisboa (20 por cento), Porto (15 por cento), Aveiro (11 por cento), Braga (9 por cento) e Setúbal (8 por cento), e as taxas mais elevadas por habitantes de 15-64 anos registaram-se nos distritos de Vila Real, Faro e Aveiro», revela o Relatório Anual Sobre a Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências 2015.
«Em relação aos que iniciaram tratamento em 2015, os novos utentes eram predominantemente residentes nos distritos de Lisboa (24 por cento), Porto (18 por cento) e Setúbal (10 por cento)», refere o documento, apresentado na passada semana na Assembleia da República pelo Serviço de Intervenção nos Compor-tamento Aditivos e nas Dependências (SICAD).
Guarda e Portalegre frami também os distritos onde se registou a menor taxa de notificações de casos de infecção por VIH associados à toxicode-pendência, por zona geográfica de residência: 1 por 100 mil habitantes na faixa etária 15-64 anos.
«Considerando os casos diagnosticados entre 2009 e 2015 com infecção por VIH associados à toxicode-pendência, verifica-se que persiste a assimetria da distribuição geográfica da infecção por VIH, com os distritos de Faro [29], Lisboa [25] e Setúbal [19], a apresentarem as maiores taxas de casos por 100 000 habitantes da faixa etária 15-64 anos», constata o relatório.
De destacar o decréscimo do número de processos de contra-ordenação instaurados no distrito da Guarda relativamente ao ano anterior. Em 2014 foram 217, o que equivale a uma taxa de 234 por 100 mil habitantes na faixa etária 15-64 anos, e em 2015 instauraram-se 152, equivalendo a uma taxa de 164 por 100 mil habitantes na faixa etária 15-64 anos.
Na distribuição dos processos de contra-ordenação por tipo de droga, 84 por centro do casos envolviam apenas cannabis, 3 por cento apenas cocaína, 9 por cento apenas heroína e 3 por cento de polidrogas.
No total nacional, «dos 9 620 indivíduos envolvidos nos processos abertos relativos às ocorrências de 2015 e sem decisão absolutória, cerca de 6 por cento reincidiram ao longo do ano, percentagem que se enquadra nas registadas nos anos anteriores. A maioria destes reincidentes (88 por cento) teve apenas uma reincidência no ano».
A percentagem de indivíduos reincidentes no distrito da Guarda é de 8 por cento.
«O distrito do Porto, com o maior número de indiciados relativos às ocorrências de 2015, foi o que registou também o maior número de indivíduos reinci-dentes no ano, des-tacando-se com as mais elevadas percentagens intradistritais de reincidentes no ano o distrito de Viana do Castelo, seguido do Porto, Guarda, Leiria e Beja», diz o relatório anual.
As intervenções policiais ocorridas em 2015 resul-taram na identificação de «6 596 presumíveis infractores», «36 por cento como traficantes e 64 por cento como trafi-cantes-consumidores. Destes, «5 593 (85 por cento)» foram detidos.
No distrito da Guarda foram identificados 91 presumíveis infra-ctores, o que equivale a uma taxa de 98 por 100 mil habitantes na faixa etária 15-64 anos. Destes, 63 por cento estavam na posse de cannabis, 32 por cento de polidrogas, 3 por cento de heroína e 0 por cento de cocaína.
Quanto às percentagens de indivíduos condenados, 79 por cento envolveram cannabis, 21 por cento polidrogas e 0 por cento heroína e cocaína.
GM