Ministro das Infraestruturas quer reactivar Linha do Douro até à fronteira

O ministro das Infraestruturas anunciou hoje que no primeiro trimestre de 2023 será lançado o concurso público para a elaboração do estudo prévio e o projecto de reactivação da Linha do Douro entre o Pocinho e Barca d’Alva. «Vamos até ao fim e vamos explorar até ao fim o potencial desta grande região, das mais bonitas do mundo, explorar e aproveitar sempre com grande respeito ambiental este nosso diamante e com isso beneficiar toda a nossa população», afirmou Pedro Nuno Santos.

O anúncio do ministro foi feito em Freixo de Espada à Cinta, distrito de Bragança, após a apresentação dos estudos de viabilidade económica, técnica e ambiental da reactivação de 28 quilómetros do troço entre Pocinho e Barca d’Alva da Linha Ferroviária do Douro, os quais concluíam pela sua viabilidade.

A Linha Ferroviária do Douro atualmente liga o Porto ao Pocinho (171,522 quilómetros) e há vários anos que é defendida a reabertura do troço entre o Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), desactivado em 1988.

O ministro acabou por anunciar passos com vista à concretização do projecto que levará o comboio de novo até à fronteira e que é há muitos anos reivindicado pela população, autarcas e instituições. «E o primeiro passo para nós podermos avançar para esse investimento é termos os estudos de viabilidade, os estudos prévios e o projecto feito e o nosso objectivo é lançar o concurso no primeiro trimestre de 2023», afirmou o governante.

Questionado pelos jornalistas sobre a continuação do projecto do lado espanhol, Pedro Nuno Santos respondeu: «Nós temos que tratar do nosso país e de fazer aquilo que depende dos portugueses e é sobre isso que estamos a trabalhar».

Antes, no seu discurso, já tinha dito que do outro lado (Espanha), Portugal pode continuar a fazer as suas «influências». «Mas façamos pelo menos aquilo que depende de nós, sem nos estarmos sempre a desculpar porque os outros não vêm», acrescentou. Esta é, frisou, em primeiro lugar uma «vitória do povo» desta região.

O estudo de viabilidade económica da reabilitação da Ligação Ferroviária Pocinho/Barca d’Alva, hoje apresentado, aponta para uma estimativa global de custos na ordem dos 75 milhões de euros, dos quais 60 milhões de euros serão destinados à obra de reabilitação, 3,5 milhões de euros para projetos e 11,2 milhões de euros para fiscalização e estaleiro.

Revela ainda que os benefícios totais «são de 84,2 milhões de euros» e que o troço reaberto irá gerar «importantes impactos» no sector do turismo (hotelaria, restauração, transportes), permitindo mitigar a tendência de decréscimo da população residente.

O projecto tem uma dimensão regional, com impactos económicos principalmente nos municípios diretamente servidos por este troço, designadamente, Figueira de Castelo Rodrigo, Vila Nova de Foz Côa, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta, mas que se estendem a todo o território do Douro e a concelhos da região Centro. São 22 os municípios beneficiários.

O estudo indica ainda que a reabertura deste troço da Linha do Douro representa uma redução do tempo de viagem em cerca de «30 minutos», quando comparado com a alternativa rodoviária existente.

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