Município da Guarda atingiu o limite da capacidade para organizar a FIT e pede para que seja considerada um «evento nacional»

A 5ª edição da Feira Ibérica de Turismo, que decorreu este fim de semana na Guarda, teve a maior dimensão de sempre. A Câmara Municipal da Guarda desafiou o Governo para que encare a FIT como um «evento nacional», argumentando que o município não tem «mais capacidade» para organizar um certame com esta dimensão.

A 5ª edição da Feira Ibérica de Turismo (FIT), que se realizou entre Sábado e Terça-feira, atingiu o limite da capacidade de organização do município da Guarda. O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, admitiu na sessão de abertura do certame, que ainda pensou anunciar que a 5ª edição «seria a última». «Mas estaríamos a deitar fora 5 anos de grande sucesso para a economia e por isso me travei», confessou o autarca durante a sessão de abertura do certame, na tarde de Sábado. Álvaro Amaro pediu ao Governo para que assuma a FIT «como um evento nacional». «Por favor tomem conta e Câmara Municipal da Guarda ajuda. A Câmara da Guarda não quer ser o dono disto. Bem pelo contrário, nós já não temos mais capacidade», pediu o autarca. Admitiu que o financiamento para esta edição foi «difícil» e garantido «há uma semana atrás», mas o autarca acredita que se a 6ª edição começar já a ser pensada poderá ser o menos difícil. «Era este o meu pedido que a partir de Terça-feira pensarmos na sexta edição da FIT. Desafiarmos os operadores privados, as empresas, a comunidade intermunicipal…esta feira já não é mais a feira da Câmara da Guarda. Acho que isto não pára mais!»
O director da FIT, Carlos Condesso, já tinha admitido que o município da Guarda não contava que o certame ganhasse tal dimensão em tão pouco tempo. A 5ª edição ocupou uma área coberta de 10 mil metros quadrados. Participaram 200 expositores e a organização teve de recusar 120 interessados por falta de espaço. Como o presidente da Câmara referiu na semana passada na Assembleia Municipal da Guarda, a FIT deste ano tem um custo de 380 mil euros. Tem um financiamento através do FEDER de 300 mil euros e a autarquia conta ter de receita 40 mil euros. A despesa para o município será de 40/50 mil euros.

A FIT «é um bom momento de encontro»
A secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, disse aos jornalistas que a FIT «é um bom momento» para encontro e promoção do território, mas desvalorizou o pedido feito pelo autarca na sessão de inauguração. «Não estejamos tão preocupados com feiras. Estejamos preocupados é em promover o que nós temos de fantástico para promover. Aqui é um bom momento, claro!… mas não é só através de feiras que fazemos estas coisas. Este sem dúvida que é um momento importante de encontro».
A governante defendeu ainda que a FIT mostra o trabalho conjunto que está a ser feito entre Portugal e Espanha para «transformar a Península Ibérica no maior destino turístico do mundo». «A FIT é mais uma acção que mostra como é inevitável e é óptimo que trabalhemos em conjunto. Se juntarmos Portugal e Espanha, a Península Ibérica transforma-se no maior destino [turístico] do mundo. Isto é um activo que nenhum dos países quer desperdiçar», disse a governante aos jornalistas enquanto visitava aquele certame. Portugal e Espanha estão a fazer um trabalho conjunto no sector do Turismo, existindo várias acções «para promover quer as regiões transfronteiriças quer os produtos, que são produtos que comunicam entre os dois países», disse.
A FIT celebrou este ano a eleição de Portugal, pela World Travel Awards, como “o Melhor Destino Turístico do Mundo em 2017” e prestou homenagem a este destino turístico.
O evento teve a cidade espanhola de Salamanca como destino convidado e dias dedicados a outros destinos turísticos do país vizinho.
Com a realização da feira, a Câmara da Guarda pretende «incentivar a troca de experiências, abrindo as portas a novos mercados, bem como a produtos turísticos diferenciadores, e ainda dar a conhecer o património natural e histórico e a gastronomia, atraindo turistas, visitantes e também investidores».
A autarquia considera ainda que, «como plataforma transfronteiriça no panorama nacional e ibérico dos eventos ligados ao turismo, a FIT é uma oportunidade singular de divulgação, promoção, captação e desenvolvimento de fluxos turísticos e de valorização dos recursos endógenos» de uma «vasta e riquíssima região».

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