Município de Pinhel pondera desligar iluminação pública para reduzir custos

A Câmara de Pinhel pondera reduzir o horário da iluminação pública, entre outras medidas, para baixar os custos com a factura da electricidade, disse à agência Lusa o presidente do Município. «Nós [município de Pinhel] estamos numa situação muito difícil, porque, para terem uma noção, a facturação [mensal] que normalmente era de 30 mil euros – e vou só falar de iluminação pública -, já ascende os 150 mil», afirmou Rui Ventura.

O autarca de Pinhel lembrou que a electricidade continua com o IVA a 23% e o Governo «continua a assobiar para o lado, para este problema gravíssimo, do ponto de vista financeiro para as Câmaras Municipais». «Não existe qualquer tipo de ajuda aos municípios relativamente a isto. E é insuportável. E, portanto, os municípios vão ter de tomar uma posição muito clara relativamente àquilo que vão fazer, se vão encerrar ou não equipamentos, se vão desligar ou não mais cedo as luzes», vincou o autarca social-democrata.

No caso de Pinhel, assumiu que uma das possibilidades «pode ser o corte de energia [na iluminação pública] às 01:00, em todo o concelho«. «E, depois, vêm as questões sempre paralelas a isto, que é a segurança das pessoas, etc., etc.. Bom, tudo isso se põe em cima da mesa. Mas eu pergunto: Então quem tem também a responsabilidade, partilhada connosco, relativamente à segurança das pessoas? Não é o Governo? Então e o Governo não ajuda as Câmaras Municipais relativamente a isto?».

Segundo Rui Ventura, a autarquia de Pinhel «pode vir a ponderar uma situação destas», como também a possibilidade de encerrar alguns equipamentos municipais.

Como exemplo, referiu que este mês vão iniciar-se os campeonatos desportivos de futebol, com necessidade de treinos diários, o que, tendo em conta o horário de Inverno, implica a iluminação dos estádios e dos pavilhões. «Tudo isso vai disparar [os consumos de electricidade]. Ou seja, se agora é mau, vai ficar pior no final deste mês. E nós não podemos estar aqui a olhar para o lado e temos de tomar uma medida».

A possibilidade de a autarquia desligar a iluminação pública a partir de uma determinada hora coloca-se, porque «é o maior custo da facturação»: «A Câmara Municipal de Pinhel esteve a pagar uma média de 30 mil euros/mês. Neste momento, está com 150 mil. Isto é insuportável».

O autarca referiu que a par dos aumentos da energia, que são «brutais», o município tem, neste momento, «um grave problema», que é o facto de não estar a conseguir «entrar para o mercado regulado» de electricidade.

Lembrou que foi lançado um concurso público internacional para contratação de energia eléctrica, que ficou deserto, e outro nacional, em que a empresa concorrente acabou por desistir »tendo em conta a subida de preços».

Através da Associação de Municípios da Cova da Beira também foi feito um concurso para sete municípios e o mesmo «também ficou deserto». O presidente da Câmara de Pinhel manifestou igualmente preocupação em relação a outras fontes de energia, como combustíveis e “pellets” (utilizadas no aquecimento da piscina municipal coberta).

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