O jogo e a literatura em destaque na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço

A Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL), da Guarda, dedica o mês de Setembro ao jogo e à literatura «como elementos fundamentais no nosso dia-a-dia», promovendo um conjunto de iniciativas «reveladoras da importância e contribuição do jogo e da literatura para o desenvolvimento cognitivo, social e moral do homem, tendo em conta que ambos absorvem o jogador/leitor e se regem por um conjunto de signos, normas e convenções».
O ciclo tem início dia 7 com a abertura ao público das exposições “Os jogos tradicionais na filatelia” e “Jogos nos livros”, inseridas nas Jornadas Internacionais dos Jogos organizadas pela Associação de Jogos Tradicionais da Guarda.
A primeira «permite, através de selos e postais de todo o mundo, contemplar os elementos de jogos de gerações passadas em uma viagem nostálgica que desperta memórias nos mais velhos e desperta a curiosidade dos mais jovens, levando-os ao conhecimento dos jogos tradicionais». A segunda é constituída por livros sobre o jogo, livros com vários jogos, livros-jogo e livros com jogos literários, adianta a BMEL em nota de imprensa.
No dia seguinte, pelas 18h00, realiza-se mais uma tertúlia da iniciativa Guarda: a memória. Tendo em conta a temática do mês, o antropólogo Norberto Gonçalves irá estar na biblioteca para falar de “Os jogos da tradição na Guarda”.
“Formas e sentido(s) do livro-brinquedo” é o tema que Sara Reis da Silva tratará numa conferência marcada para o dia 15, pelas 18h00.
Autora de vários livros e estudos dedicados à Literatura Infantil e Juvenil, Sara Reis da Silva pretende apresentar um estudo que assenta na problematização do conceito de livro-brinquedo, informa a BMEL.
Dia 22, também pelas 18h00, será Isabel Patim a falar de “Literatura & Jogo”.
A organizadora dos Estudos sobre Ciências e Culturas, adianta a nota de imprensa, vai falar do jogo como elemento fundamental dos diversos sentidos da cultura, implícito, não apenas ao divertimento, mas também à linguagem, à economia, ao direito, às diversas formas de arte e até ao nível da crença e do mito enquanto narrativa original. Suscitando o debate em torno da pluridimensionalidade do jogo, do seu alcance e limitações.
«Tendo em conta que muitos dos brinquedos tradicionais são e se transformam em instrumentos de jogo», a BMEL promove uma oficina onde é ensinada a arte de construir brinquedos tradicionais, através da reutilização de materiais utilizados no dia-a-dia. “Trad&Arte – A arte na tradição: brinquedos tradicionais/3R”, por António Supico, realiza-se no dia 24, das 14h30 às 17h00, e destina-se a crianças dos 9 aos 13 anos (acompanhadas por um adulto).
Esta iniciativa, afirma a biblioteca, contribuirá para que a criança brinque com o brinquedo por si própria construído, dando-lhe, certamente, outro valor aquando da brincadeira que desenvolverá com a sua obra de arte.
Destaque para a narração de contos tradicionais portugueses para todas as idades. A investigadora de tradição oral e contos tradicionais Ana Sofia Paiva apresenta dia 27, às 14h30 para crianças dos 3 aos 6 anos e às 21h30 para a comunidade, “Contos, cantos e outros tantos”. «Para Ana Sofia Paiva contar e cantar são como o botão e a casa de um casaco muito grande onde cabemos todos, ou como a agulha e a linha com que o vamos tricotando, palavra a palavra».
Para além do destaque do mês, a programação da BMEL arranca dia 3, pelas 15h00, com a apresentação do livro “Melodia de Sonhos”, de Maria Tavares.
Maria Adelaide Tavares Campeão é natural da Guarda. Actualmente está aposentada e dedica o seu tempo à poesia. Tem participado em várias Antologias promovidas pelo Solar dos poetas e em tertúlias poéticas. “Melodia de sonhos” é o seu primeiro livro.
Dia 20, às 18h00, haverá mais uma conversa de “A minha vida dá um livro”. Mateus Miragaia, o único a fazer tesouras de tosquia do país, natural da terra dos ferreiros – Donfins do Jarmelo, estará na BMEL para falar da sua vida e da sua arte.