Oposição manifesta «reservas» sobre concessão do Café Concerto a privados

A Assembleia Municipal da Guarda aprovou esta semana, por maioria, a proposta de concessão de exploração do bar do Café Concerto. O PS manifestou muitas «reservas» sobre esta decisão mas decidiu abster-se «para não privar o município da receita», apontou o deputado Rui Ribeiro. O CDS, BE e CDU votaram contra e a bancada do PSD votou a favor.
Os socialistas defendem que o Café Concerto «não é um café como os outros» e que esta opção irá «partir» o projecto do Teatro Municipal da Guarda. O caderno de encargos do concurso prevê o pagamento de uma renda mensal pelo concessionário de 600 euros mais IVA. Os custos da água e da electricidade serão suportados pela autarquia.
O deputado socialista Matias Coelho lembrou a anterior dinâmica do Café Concerto considerando que «a aposta cultural deste executivo nada tem a ver com aquilo que era». «Não é através da alteração de ementas que o Café Concerto vai reanimar. Hei-de estar assistir a um concerto e ao lado alguém a comer batatas fritas e hamburguer», apontou.
Para o deputado do CDS-PP, Henrique Monteiro corre-se «o risco» da Câmara ter de «colocar algum dinheiro para manter em funcionamento o Café Concerto». O Bloco de Esquerda considera que é «uma tremenda injustiça» para os restantes empresários da cidade que se esforçam todos os meses para pagar a conta da água e da electricidade. O deputado Marco Loureiro considera tratar-se de «concorrência desleal».
O vice-presidente Carlos Monteiro garantiu que a opção não irá pôr em causa a utilização do espaço por parte das associações e partidos que ali queiram promover iniciativas. «A proposta cultural não fica beliscada. Nós [Câmara] é que vamos dizer o que é que vamos lá fazer», assegurou o autarca. A bancada do PSD saiu em defesa da decisão do executivo considerando tratar-se de um «acto de boa gestão».