Parlamento discute Sexta-feira recomendações para abolição de várias portagens
Dezasseis projectos de resolução sobre a abolição das portagens na Via do Infante e em outras auto-estradas do norte e centro, bem como a deslocação do “Pórtico do Estádio”, em Aveiro, vão estar amanhã em discussão e votação na Assembleia da República.
O PCP, Bloco de Esquerda (BE) e o Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) recomendam ao Governo, através de projectos de resolução, a abolição das portagens na A25, na A24, na A23, e também na A22, mais conhecida como Via do Infante, no Algarve.
A A23 é a auto-estrada da Beira Interior, sendo uma das vias de acessibilidade estruturantes e estratégica para toda a mobilidade nos distritos de Santarém, Portalegre, Castelo Branco e Guarda. É, desta forma, e de acordo com o Bloco de Esquerda, “um factor de coesão territorial e de promoção do desenvolvimento económico para várias regiões que enfrentam graves problemas de isolamento, depressão e desertificação”.
De acordo com os partidos de esquerda, a A25, que liga Aveiro a Vilar Formoso, com ligação à fronteira espanhola, «agravou, dramaticamente, as dificuldades sociais e económicas das populações, já de si fortemente penalizadas pela crise e pelos custos da interioridade». «A A25, com uma distância de 190 quilómetros entre Aveiro e Vilar Formoso, demora a percorrer cerca de duas horas, enquanto a ligação entre essas duas localidades utilizando a EN 16 e EN 17, totalizando 234 quilómetros, demora mais de 4 horas. No que respeita à mobilidade, a implementação de portagens na A25 representou um grave retrocesso de muitos anos nas regiões da Beira Litoral e Alta”, pode ler-se no projecto de resolução do Bloco de Esquerda.
A A24 serve essencialmente o interior do país, ligando a Beira Alta a Trás-os-Montes, distando cerca de 160 quilómetros entre Viseu e Chaves, e cujo trajecto demora a percorrer cerca de uma hora e 45 minutos, enquanto o mesmo percurso pela Estrada Nacional 2, com uma distância de 170 quilómetros, demora quase quatro horas.
Todos os partidos de esquerda defendem que as portagens nestas auto-estradas são penalizadoras para as suas populações, já que, habitualmente, as alternativas implicam distâncias maiores.