PCP da Guarda alerta para uso de herbicida no Parque Natural da Serra da Estrela
A Comissão Política Concelhia da Guarda do PCP alertou Terça-feira que o uso de herbicida na área do Parque Natural da Serra da Estrela/Rede Natura 2000, no concelho da Guarda, está a colocar algumas espécies em risco. Segundo o PCP, continua a ser aplicado herbicida «na estrada municipal que liga a rotunda da Faia à Estrada Nacional 16, junto a Vila Cortês do Mondego, e em grande parte do acesso ao Colégio do Mondego, que é o habitat de algumas espécies em risco, designadamente lepidópteros e libélulas».
«Está também a destruir-se o habitat de uma das espécies mais ameaçadas registada no Vale do Mondego, que poderá levar à sua extinção em Portugal. De facto, foi observada, e registada, também no Vale do Mondego, um exemplar de “Serapialinguae”, uma orquídea rara já declarada em risco nas Baleares», aponta a concelhia comunista em comunicado, com o tema “A Política Ambiental da Câmara Municipal da Guarda é um desastre”.
O PCP denuncia que a autarquia, «sem que nada o justifique, tem feito uso de herbicidas/pesticidas no meio rural, que contrariam a preservação da Biodiversidade através do ataque aos insectos polinizadores e, particu-larmente, às abelhas que produzem mel».
A autarquia da Guarda presidida por Álvaro Amaro (PSD/CDS-PP) rejeita as denúncias do PCP e afirma que «o município não aplica qualquer tipo de herbicida desde meados de 2015». «Se alguma Junta de Freguesia o faz, desconhecemos», disse à agência Lusa uma fonte da autarquia.
Na mesma nota, o PCP aborda outros assuntos relacionados com a área do ambiente e aponta também o problema da poluição no rio Noéme, um afluente do rio Côa que nasce em Vale de Estrela, Guarda, e atravessa várias aldeias dos concelhos de Guarda, Sabugal e Almeida. «Não vemos também sequer qualquer vontade política da autarquia em resolver o problema da poluição do Noéme que tanto tem preocupado os guardenses, sendo este também um mau exemplo ambiental para todos, incluindo os mais jovens», lê-se no comunicado.
Sobre o rio Noéme, a autarquia da Guarda adiantou à Lusa que decorreu uma vistoria convocada pelo IAPMEI [Agência para a Competitividade e Inovação], nas instalações de uma unidade de lavagem de lãs (que encaminha os efluentes para aquele curso de água). Na vistoria também participaram representantes de outros organismos estatais, «decorrendo neste momento o prazo oficial e vinculativo dado por cada um dos presentes para a regularização de todas as situações», disse.