Plataforma da A23 e A25 diz que o OE para 2022 não contempla redução das portagens ao contrário do prometido

A Plataforma P’la Reposição das SCUT A23 e A25 disse Terça-feira que a proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2022 não consagra qualquer redução do valor das portagens, contrariando promessas de ministros e do programa do Governo.

«O relatório do OE refere-se às portagens, mas apenas na perspectiva dos impactos da redução de 2021 nas contas para 2022. Ora, esta omissão contraria o prometido pelos candidatos do PS e pelo seu secretário-geral nas recentes eleições legislativas e não corresponde ao inscrito no Programa de Governo, recentemente apresentado na Assembleia da República», refere a organização.

Numa nota emitida no final de uma conferência de imprensa, realizada na Covilhã, a Plataforma recorda as palavras da candidata do PS e actual ministra da Coesão territorial, Ana Abrunhosa: «o partido actualmente no poder (PS) está disponível para uma redução gradual das portagens e talvez comprometermo-nos com valores já para o próximo orçamento».

Lembram ainda que o Programa do Governo diz que quer «continuar a promover a redução do valor das taxas das portagens nas autoestradas do Interior».

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, garantiu, em Novembro de 2021, que os descontos na taxa de portagem das autoestradas ex-SCUT (vias sem custos para o utilizador) se mantinham em 2022, independentemente das actualizações que as concessionárias possam fazer.

«O que posso garantir é que os descontos que tínhamos em 2021 se vão manter em 2022», mesmo sem orçamento, «posso garantir que temos condições de continuar a aplicar» esses descontos, disse a ministra, citada na referida nota, numa entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios.

A Plataforma sublinha ainda que às razões económicas, sociais, ambientais e de sinistralidade que justificam a urgente reposição das SCUT no Interior, «acresce agora o aumento generalizado dos preços, com especial destaque para os custos da energia, dos combustíveis, das matérias-primas e outros bens de primeira necessidade, que induzem ainda maiores impactos negativos ao já muito débil tecido económico e social do Interior do País».

Acusam ainda o presidente da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB) e da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo (PS), de ter afirmado recentemente que a reposição das SCUT é muito difícil e que a posição da CIM é a de que o valor das portagens no Interior apenas deve chegar ao preço da A1.

“Com estas declarações, o presidente da CIM Beira Baixa, para além de não fundamentar a afirmação de que a reposição das SCUT no Interior é difícil, contradiz o compromisso que esta e ele próprio assumiram com a Plataforma, denuncia de forma categórica a razão porque ao longo dos anos nada fizeram pela reposição das SCUT e mostra com clareza que em vez de estarem ao serviço e na defesa das as populações que os elegeram optam por estar ao lado e na defesa do governo e do partido a que pertencem”, sustentam.

Face ao actual quadro, a Plataforma P’la Reposição das SCUT A23 e A25 decidiu solicitar reuniões à ministra da Coesão Territorial e aos ministros das Infraestruturas e Habitação e das Finanças, deixando ao critério dos ministérios envolvidos o formato, dia, hora e local da reunião solicitada.

Decidiu ainda propor ao Governo a suspensão imediata do pagamento de portagens nas ex-SCUT do Interior (A23, A24 e A25), com o objectivo de minimizar «os efeitos negativos atrás referidos e manter a nossa exigência de redução em 50% em 2022 sobre o valor actualmente em vigor e a aprovação da total reposição das SCUT no Interior no OE de 2023».

A organização realça que, caso as reuniões com o Governo não sejam positivas ou não se realizem, vão solicitar reuniões aos grupos parlamentares, a começar pelo do PS.

Por último, sustentam que caso as pretensões da Plataforma não sejam acolhidas vão realizar ações públicas descentralizadas na Covilhã, Castelo Branco, Fundão, Belmonte, Guarda e Seia compostas de buzinões e distribuição de documentos à população e automobilistas.

Estas acções irão culminar com a realização de uma manifestação/concentração, no dia 21 de Maio, pelas 16:00, junto da Secretaria de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, em Castelo Branco.

A Plataforma P’la Reposição das SCUT nas autoestradas A23 e A25 integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda – a Associação Empresarial da Beira Baixa, a União de Sindicatos de Castelo Branco, a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, o Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, a Associação Empresarial da Região da Guarda, a Comissão de Utentes da A25 e a União de Sindicatos da Guarda.

O website do Terras da Beira utiliza cookies para melhorar e personalizar a sua experiência de navegação. Ao continuar a navegar está a consentir a utilização de cookies Mais informação

The cookie settings on this website are set to "allow cookies" to give you the best browsing experience possible. If you continue to use this website without changing your cookie settings or you click "Accept" below then you are consenting to this.

Close