Presidente da Câmara da Guarda disse que as rotundas da cidade vão ser «pontos de atracção»

O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, anunciou a semana passada a requalificação de mais duas rotundas da cidade. O autarca já disse querer fazer das rotundas da cidade «pontos de atracção». As duas primeiras foram requalificadas com projectos de técnicos da autarquia, para as duas seguintes a Câmara encomen-dou as obras a dois escultores. As rotundas na Guarda sempre deram que falar.
uando foi inaugurada a Rotunda dos Cinco F’s, em Junho de 2014, o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, disse que as rotundas da cidade iriam ser «pontos de atracção». Na altura, o autarca considerava-se «globalmente satisfeito» com o resultado de um concurso de ideias lançado internamente aos técnicos da Câmara Municipal e disse querer usar os projectos nas rotundas da cidade. O desafio tinha sido lançado pouco tempo depois de ter chegado à presidência da Câmara da Guarda. «A Guarda vai mudar paisagisticamente», sublinhou ao dar conhecimento da intenção da autarquia em dar uma nova imagem às rotundas.
A primeira obra foi inaugurada durante as comemorações do 10 de Junho pelo então presidente da República, Cavaco Silva. «Começámos pela homenagem à Guarda colocando de forma muito simples os F’s da cidade», explicou o autarca, adiantando a intenção de ir fazendo as restantes obras ao longo do mandato. Álvaro Amaro considerou que a inauguração daquela obra se enquadrava na aposta da autarquia que é «fazer aumentar a auto-estima», «aumentar o poder de atracção» e estimular a economia local».
Em Dezembro seria inaugurada a segunda rotunda do mandato. Contrariamente ao que aconteceu com a primeira rotunda, desta vez a autarquia divulgou os autores do projecto da estrutura colocada sobre a rotunda que serve de acesso ao Bairro da Luz. Os autores são o designer Sérgio Currais e o arquitecto Nuno Morais. A placa giratória foi construída para resolver os problemas de tráfego naquele entroncamento, passando a Avenida Cidade de Bejar a ter quatro faixas. A ligação ao Bairro à rua Cidade de Wattrelos também foi requalificada. A Câmara disse ter gasto cerca de 400 mil euros.
A autoria da instalação da nova rotunda foi divulgada depois do presidente da Câmara da Guarda ter sido questionado pelo TB numa entrevista porque razão é que não tinham sido divulgados os autores da estrutura colocada na rotunda dos cinco F’s. O autarca argumentou que «nunca» se tinha lembrado, mas acrescentou que «se não tem autor é porque é do município».
Meio ano depois, a Junho de 2015, a Câmara anuncia mais um projecto numa rotunda. A polémica estala quando são conhecidos os valores da obra. Os 300 mil euros apontados para o custo do projecto mereceu reparos e críticas também na Assembleia Municipal da parte dos deputados do Bloco de Esquerda que entendem que o dinheiro deveria ser aplicado para outros fins. O autarca argumentou que a obra ia «fazer jus à história da Guarda» e que achava «lindíssima a perspectiva que foi sugerida», assegurando que ia tudo ser «feito com conta, peso e medida». «Acha mesmo que iamos gastar 300 mil euros na requalificação de uma rotunda», ripostou o autarca. A obra com a escultura de Pedro Figueiredo, escultou natural da Guarda, foi inaugurada a 27 de Novembro do ano passado, durante as comemorações do 816º aniversário da cidade.
A próxima rotunda a ser inaugurada será a do Rio Diz, com uma escultura de Dora Pragana, também natural da Guarda. Vai custar 92 mil euros. O executivo aprovou o ajuste directo na última reunião de Câmara com o voto contra dos vereadores do PS, que acusam a autarquia de «esbanjar dinheiro» com as rotundas.
Rotundas que dão que falar
A construção de rotundas na Guarda tem tido algumas polémicas. A rotunda dos F’s, baptizada assim pelo actual executivo, ainda foi construída no mandato de Joaquim Valente. Suscitou forte polémica por obrigar à demolição do Quiosque da Ji Jaquina, um estabelecimento que dava nome aquela zona da cidade. A decisão da Câmara da Guarda em demolir o quiosque motivou a criação de um movimento na rede social facebook pedindo um “Um novo Quiosque da Ti Jaquina”. Joaquina Escada geria o quiosque desde 1976.
Já antes disso, a rotunda da Alameda inaugurada em 2008 tinha dado azo a inúmeros comentários na cidade tendo sido baptizada de rotunda do penso higiénico pela forma da sua construção. Para a história da Guarda ficará também a rotunda do G, inaugurada em finais de 2000. A escultura é de Lourdes Borges e custou na altura à Câmara 12 mil contos. Para a então presidente da Câmara da Guarda, Maria do Carmo Borges, aquele G era de Guarda e de uma imagem feminina, mas houve quem lhe chamasse “monstro do Lago Ness” e até dinoussauro. A obra que a autarca fez votos na inauguração que havia de durar 800 anos cedeu 11 dias depois na sequência do mau tempo. Foi preciso um ano para que o G voltasse a ganhar forma na rotunda.