Privados abrem Centro Médico no antigo Colégio do Roseiral

Um grupo privado vai construir um centro médico no terreno ocupado pelo antigo Colégio do Roseiral, na Rua Batalha Reis. A fachada do imóvel, entretanto destruído para dar início aos trabalhos, irá ser reconstruída e integrada no novo edifício que terá seis pisos. Trata-se de um investimento de cerca de quatro milhões de euros e que apostará fundamentalmente nos meios complementares de diagnóstico e consultas de várias especialidades. O projecto foi apresentado publicamente na semana passada a pedido do presidente da Câmara da Guarda, como contou o médico e empresário Manuel Simões durante a sessão que decorreu no Café Concerto.
O futuro centro médico, que se estima possa estar concluído no prazo de dois anos, vai agregar os serviços actualmente prestados pela empresa médica que engloba o Centro de Imagiologia CEDIR e a Magnedir. Manuel Simões anunciou que o centro irá criar mais alguns postos de trabalho. No total, contando com os actuais colaboradores, o centro médico poderá dar emprego a cerca de 40 pessoas, sem contar com o pessoal médico.
O promotor do investimento lembrou que a ideia de criar este centro médico já é de 2008. Mas na altura, o processo burocrático na autarquia demorou mais tempo do que estava previsto e só três anos depois é que a obra teve luz verde. Entretanto «a crise imobiliária levou a um compasso de espera» e travou as pretensões dos investidores que só agora decidiram avançar.
Os promotores quiseram preservar «a memória da casa» integrando a fachada na nova construção que estará mais próxima da via pública relativamente ao que existia. Manuel Simões assegura que não houve qualquer imposição para que a fachada fosse preservada.
A nova construção terá seis pisos, dois inferiores de estacionamento; o rés do chão será destinado a espaços comerciais na área da saúde e uma cafetaria e os pisos superiores para os exames e consultas.
Na sessão de apresentação do investimento, o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, elogiou o projecto considerando ser um «homem convertido a uma construção mais moderna» e defendendo que «a cidade tem de evoluir». O autarca evidenciou ainda que o investimento se enquadra na linha defendida pelo município que aposta na requalificação urbana. «Mesmo quem não goste, não ousará dizer que estava melhor como estava», argumentou.
Amaro sublinhou que a regeneração urbana é «o grande desafio para a Guarda» e disse esperar que «a zona do centro histórico comece a acordar como se deita».
O edifício do antigo Colégio do Roseiral foi um projecto do gabinete do arquitecto Raul Lino. Construído nos anos 20 foi sede de variados inquilinos, entre eles a Cruz Vermelha, Clube de Automóvel da Guarda, partido CDS/PP e Clube de Caça e Pesca. Estava ao abandono desde que o último inquilino saiu em 1997, ano em que o Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico procedeu à abertura do processo de instrução relativo à eventual classificação da casa como Imível de Interesse Concelhio. Mas em Outubro de 2000 um incêndio acaba por acentuar a degradação.
EG