Projecto de Carlos Canhoto apoiado pela DGArtes


SOLI. É este o nome do novo projecto de Carlos Canhoto, professor no Conservatório de Música de São José da Guarda, e um dos quatro apoiados pela Direcção-Geral das Artes (DGArtes) na área da música. Candidatado com a designação Música portuguesa para saxofone solo, obteve um apoio de cinco mil euros e deverá estar concluído entre o primeiro e o segundo trimestre de 2018.
Gabriela Marujo
gabmarujo.terrasdabeira@gmpress.pt
«Várias peças para saxofone solo, escritas para mim e por encomenda minha, de vários compositores portugueses representativos da música contemporânea portuguesa.». É desta forma que Carlos Canhoto, professor no Conservatório de Música São José da Guarda, resume o projecto SOLI, um dos quatro apoiados pela Direcção-Geral das Artes (DGArtes) na área da música, e que deverá estar concluído entre o primeiro e o segundo trimestre de 2018.
«Prevejo que o processo, entre a gravação e o CD, esteja disponível possivelmente em Março/Abril, agora depende às vezes dos compositores, pode haver algum atraso na entrega de algumas das peças, e depois há um período de preparação e gravação. Portanto há aqui algumas variáveis que não consigo controlar para já, mas em princípio Março/Abril teremos o CD cá fora e a partir daí será possível disponibilizá-lo online etc, etc…», avança Carlos Canhoto.
Neste momento, «a maior parte deles estão ainda a ser compostos, ainda não estão prontos, depois eu farei-lhe a sua preparação e a sua gravação. Após o CD estar gravado será divulgado, para já, em formato de concerto, naturalmente, e também pela Internet, através dos streamings na Internet».
As plataformas digitais, salienta o saxofonista, é uma das apostas do projecto. «É não só a gravação propriamente das peças novas, portanto à criação que está implícita de nova música, como também uma forma de divulgar para tentar chegar a um público mais alargado possível, e também que através depois das plataformas online, nomeadamente youtube e outras, possa haver uma interacção com um público potencialmente maior», justifica.
Uma das peças encomendadas e escritas para Carlos Canhoto já foi estreada, concretamente no Congresso Europeu de Saxofone, realizado em Julho passado no Porto. Trata-se de uma peça de Eduardo Luís Patriarca, um dos compositores portugueses que o músico define como representativos da música contemporânea portuguesa. Para além deste, foram convidados Amílcar Vasques Dias, José Carlos Sousa, António Chagas Rosa, o senense Jaime Reis e Sara Carvalho.
Questionado se era esperado este apoio da DGArtes, Carlos Canhoto responde sem modéstia: «A candidatura era sólida e bem feita, portanto, preenchia os vários parâmetros que eram exigidos, e que eu sei que a DGArtes exige, nomeadamente na cativação de novos públicos, na inovação, na necessidade do projecto em si».
Quanto aos cinco mil euros, o músico afirma que «são apertados, mas terá que haver uma boa gestão naturalmente de todas as verbas, e creio que será suficiente mas terá que ser bem gerido». «Aliás, uma das coisas que normalmente nestas candidaturas é valorizada é precisamente o saber gerir os fundos, não fazer exurbitâncias em termos de gastos e portanto as coisas vão ter que ser muito bem controladas, mas em princípio será suficiente», conclui.
Carlos Canhoto, natural de Estarreja mas a viver na Guarda há anos, licenciou-se em Saxofone e Música de Câmara no Conservatoire National de Cergy-Pontoise, França, na classe do professor Jean-Yves Fourmeau, com a classificação de Médaille d’ Or. Licenciou-se também em Ciências Musicais pela Universidade Nova de Lisboa. No âmbito do Mestrado em Música da Universidade de Aveiro trabalhou com o professor Vincent David (Conservatório de Versailles). Trabalhou em regime de master-class com Daniel Deffayet, Claude Delangle, René Découais e com o Quarteto Rascher.
Foi o primeiro saxofonista português a obter Doutoramento em Música (ramo de Performance). É professor adjunto convidado na Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco e professor nos conservatórios da Guarda, Covilhã e Castelo Branco.