Protocolo com a Fundação Serralves custa 100 mil euros à Câmara da Guarda

Câmara da Guarda já escolheu a primeira exposição que irá receber no âmbito do acordo de cooperação entre o Município e a Fundação Serralves, da qual passa a integrar o grupo de membros fundadores, assinado Quarta-feira da semana passada nesta cidade. «É uma exposição do pintor Fernando Lanhas, que é um grande artista português, já falecido, e que de facto é uma belíssima exposição que eu acho que as pessoas vão apreciar», a inaugurar em «Abril», adiantou a presidente do Conselho de Administração da Fundação Serralves, Ana Pinho, em declarações aos jornalistas.
Este protocolo tem a duração de 4 anos e vai custar anualmente à Câmara da Guarda 25 mil euros. É renovável, caso a autarquia opte por prolongar a parceria, existindo para o efeito «outras formas de cooperação». No entanto, ressalva Ana Pinho, «o estatuto de fundador é eterno».
A Guarda «tem muito mais a ganhar com este protocolo que a própria Fundação», entende o presidente da autarquia, Álvaro Amaro, que considera esta parceria «uma aposta ganha». «A Guarda também aqui está na linha da frente», afirmou, referindo-se ao facto da Guarda ter sido dos primeiros do Interior do país a integrar o grupo de município fundadores da Fundação Serralves, localizada no Parque de Serralves na cidade do Porto.
«A base do protocolo é a mesma» para todos os municípios fundadores, assim como os valores a que estes estão obrigados durante o período de vigência do acordo, «as realizações é que são diferentes e as realizações dependem da vontade dos parceiros, que é a Fundação Serralves e a autarquia», esclareceu Ana Pinho, à margem da assinatura do acordo de cooperação com a Câmara da Guarda.
Este protocolo possibilitará à Guarda, assim como aos municípios que o assinaram, por um lado, receber exposições de arte contemporânea e, por outro, mostrar criações de autores locais em actividades da Fundação, como Serralves em Festa ou Festa de Outono, «momentos de grande público», destacou a dirigente, que considera «notável a dinâmica da cidade da Guarda na área da cultura».
Questionada em que é que a Guarda se pode distinguir dos outros municípios nesta colaboração, Ana Pinho respondeu que «todos os municípios têm características distintas e a Guarda também e nós temos todos que aprender uns com os outros». «Estas parcerias têm dois sentidos e portanto eu tenho a certeza que todos nós iremos aprender uns com os outros e tentar fazer cada vez mais e melhor. Enfim, acho que é interessante», sublinhou, acrescentando que «é de facto nossa convicção de que temos que contribuir para uma dinâmica cultural descentralizada que, felizmente, é cada vez mais uma realidade».
Confrontada se os 25 mil euros anuais que cada município que assinou o acordo de cooperação está obrigado a pagar é uma forma de ajudar a financiar a Fundação, Ana Pinho responde que «no caso das autarquias estas parcerias não têm esse objectivo».
«Os outros fundadores, que não a autarquia, entram e têm uma comparticipação financeira que é fundamental para nós, mas não é para actividades, é para capital. No caso das autarquias o objectivo é que de facto nós achamos que não devemos centrar a nossa actividade ao nosso espaço e devemos sair e levar aquilo que fazemos fora dos muros de Serralves», afirma.
Após a assinatura do acordo de cooperação foi inaugurada a exposição “20 Gravadores | 40 Gravuras – Portugal | França”, comissariada por Júlio Cunha, natural da Guarda e presidente do Grupo dos Amigos da Biblioteca/Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso – Amarante, que inclui 40 gravuras de artistas plásticos portugueses e franceses e onde se destacam trabalhos do artista guardense.
Nesta, «apresentam-se diferentes perspectivas da valorização deste tipo de criação ou dos resultados obtidos, a qualidade da obra, a excelência das propriedades técnicas (…) durante mais de três décadas de arte moderna», escreve Júlio Cunha do Catálogo da exposição, que nasceu do «convite» que o Grupo dos Amigos da Biblioteca/Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso fez «à Association des Amis D’Edmond et J.J.J. Rigal de Fontenay-aux-Roses».
GM

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