Secretário de Estado prometeu que haverá novidades «dentro de 15 dias ou tres semanas» sobre o novo quartel para os Bombeiros de Famalicão da Serra

A sede dos Bombeiros de Famalicão da Serra não tem condições e aguarda-se que seja dada luz verde ao financiamento comuni-tário para a construção de um novo quartel. A candidatura ao Portugal 2020 já foi feita mas ainda não foi aprovada. O assunto foi novamente lembrado no Domingo na sessão de abertura das Jornadas que assinalaram o 10º Aniversário do Incêndio de Famalicão da Serra, em que faleceram seis homens. O secretário de Estado da Adminis-tração Interna, Jorge Gomes, que presidiu à sessão deixou a garantia de que se empenhará para resolver a situação e pediu mesmo que lhe dessem o «benefício de acreditar» nele.
Os bombeiros voluntários de Famalicão da Serra, na Guarda, continuam a ocupar um edifício sem condições e aguardam por financiamento comunitário para poderem construir um novo quartel. Isto mesmo foi evidenciado na sessão de abertura das jornadas que assinalaram o 10º aniversário do incêndio de Famalicão da Serra, em que faleceram o bombeiro Sérgio Rocha e cinco sapadores chilenos: Sergio Navarro, Fabián Millán, Bernabé Ancan, Juan Bravo e Henry Polanco.
O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, que presidiu à sessão deixou a garantia de que se empenhará para resolver a situação e pediu mesmo que lhe dessem o «benefício de acreditar» nele. «Esperem mais quinze dias ou três semanas e falaremos. É só isso. A memória destes homens merece aquilo que vocês desejam», afirmou aquele membro do Governo, salientando que quer «resolver esse problema». «Acreditem em mim só um pouco e acho que todos ficaremos satisfeitos com as soluções que aí vêm», assegurou.
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra, com um corpo activo de 56 elementos, foi criada em 3 de Julho de 2007, sucedendo à Secção Destacada dos Bombeiros de Gonçalo, que também ocupava as actuais instalações.
Segundo o presidente da direção, António Fontes, o actual quartel «não tem condições operacionais». «É impossível [a corporação] funcionar com 56 homens numa sub-cave onde não existe entrada de ar, nem de luz, que não tem janelas e os carros ficam estacionados ao longo de ruas», relatou. Os “soldados da paz” continuam a ocupar um espaço «em que o gabinete da direcção é também o gabinete do comando e a camarata feminina», exemplificou.
«Já submetemos uma candidatura ao Portugal 2020 e temos que aguardar pela aprovação ou não. Espero bem que [a candidatura] seja aprovada, porque andamos há já quatro anos na luta pela construção do novo quartel», referiu à Lusa António Fontes.
O comandante dos bombeiros, Hugo Rocha, – irmão do voluntário Sérgio Rocha falecido no incêndio de 2006 – comunga das preocupações da direcção relativamente ao quartel. Hugo Rocha disse à Lusa que os elementos do corpo activo aguardam, «com toda a sua boa vontade e sacrifício, por novas condições para desempenharem melhor as suas funções». «Se fossem outros elementos, com as más condições que temos, já tinham desistido, situação que aqui não acontece», rematou.
A direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra reconhece que a construção do novo quartel, orçado em cerca de 650 mil euros, é «uma necessidade». «Neste momento falta que a Unidade de Gestão do Portugal 2020 nos aprove a candidatura para avançarmos com a obra», disse António Fontes, indicando que a Câmara Municipal da Guarda irá apoiar a componente nacional e a associação suportará o resto da verba necessária.
O terreno já existe e o projecto está aprovado. «É só uma questão de se aguardar pela análise das candidaturas e ver o que nos vai calhar», concluiu.
Em 2013 a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra apresentou uma candidatura para obter apoio financeiro para construção do quartel, mas não foi aprovada pela Estrutura de Missão para a Gestão dos Fundos Comunitários, alegando que «à data da submissão da candidatura o concurso já devia estar entregue ao empreiteiro».