Sonhadores, claro, de pesadelos
Vagueando uma cidade finalmente chuvosa, vejo que não tenho a sorte de ter um autocarro a cumprir o horário talvez pensado por algum engenheiro de tráfego, sem habilidade e sem saber, pois, o autocarro não aparece na hora marcada. Sou só mais um que acredita que a ciência pode melhorar tudo na nossa. Mas, uma revista que li há dias, sublinha a redução da esperança de vida, que diminui por termos suportado a COVID 19 e, agora, a inflação, que já afetou os mais velhos, que já viveram, mas afeta mais os mais novos que sofrem os seus efeitos e vivem vidas arriscadas, pois têm de trabalhar num clima cada vez mais inóspito, tendo crescentes taxas de mortalidade para a sua idade.
Agravando tudo, a gestão monetária, feita através da taxa de juro de referência dos bancos centrais da economia global, não parece ser capaz de controlar a taxa de inflação, impedindo que os consumidores possam gerir sem percalços as suas finanças pessoais,
Entretanto, olhamos em volta, e vemos uma crescente inflação a nível mundial, que uma Paz possível podia ter evitado, fazendo-nos esquecer que duas nações se digladiam, morrendo gente dos dois lados que deviam estar a viver vidas normais. Tudo o mais varremos para o esquecimento criminoso do sofrimento alheio, sem que tomemos conhecimento desta realidade sofrida …por outros. E disso estamos inconscientes e os governantes pedem-nos sempre paciência e compreensão e nada compreendemos. E eles não se preocupam em explicar pois sabem que não há mesmo explicação.
Entretanto, vamos assistindo à perversão das regras do jogo democrático, inclusive à imposição de batotas, muitas vezes expressas por notícias falsas que induzem em erro os eleitores, permitindo construir maiorias absolutas e eleger candidatos que levam fome e miséria aos que os elegem. É o que explica a continuada fuga de brasileiros para Portugal que vamos detetando todos os dias e, quando conversamos com eles, dizem-nos da insuficiência de salários para manterem dignas e frugais as suas vidas na sua Pátria. E sabemos que fazem falta no Brasil como alguns amigos nos informam. Não é só isto que acontece de mal, há também incêndios na Amazónia e a sua desmatação irracional, pondo em perigo os já precários equilíbrios ambientais globais.
Torna-se assim este capitalismo um modo de vida ambientalmente perigoso e muitas vezes insustentável, tardando demais que os governantes percebam que têm de amenizar e mitigar as ameaças climáticas. Deixam quase sempre tudo por resolver, esperando que nada aconteça de mal no futuro. E os governantes inventam balelas para nos acalmar e assim inconscientemente empobrecemos e tornamos insustentáveis os nossos ecossistemas.
O mesmo já aconteceu connosco que fomos sendo obrigados a emigrar pelo Estado Novo de Salazar e, agora também, com esta democracia que não cumpre os ideais de Abril e esvazia o Interior pois aí não há oportunidades de emprego e de viabilidade das empresas aí necessárias, tendo-se destruído a Agricultura e a Pecuária, que todos os anos recebe uma machadada que são os incêndios que se repetem indefinidamente.
Deixam também um rasto de animais selvagens que ficaram sem o seu habitat natural. Também os animais domésticos perdem os seus cuidadores quando os donos morrem ou têm de ir para um lar, e os cães assim abandonados, tornando-se selvagens e são um perigo para os animais que os pastores deixam em pastos ao ar livre.
Agravando tudo, como o Estado não consegue fornecer segurança nas ruas e nos transportes urbanos, já acontecem apedrejamento de autocarros em Lisboa, antevendo-se já tempos bem difíceis.